Hoje ela tem muitas rivais, algumas até mais atuais, como a Hilux, mas ainda não perdeu a majestade. Retomou a dianteira, após curto período atrás da remodelada Toyota, e agora ganha fôlego extra com a tecnologia flex em seu motor 2.4. Ficou mais potente, agradável de dirigir, mas cobra o seu preço na hora de abastecer.
Em quinze dias de boa convivência, fiz uma pequena viagem. Foram cerca de 500 quilômetros de estrada. Nessa hora, a S10 mostra serventia. Cabe tudo e mais um pouco na sua caçamba. No meu caso, com dois filhos, esposa e babá, foi fácil. No asfalto, ela agüenta o tranco. O novo motor, que rende 147 cv com álcool – 141 com gasolina -, dá conta do recado e poupa o câmbio, exigindo poucas reduções.
A unidade testada veio com diferencial Trac-Lock, que ajuda nos momentos de pouca aderência. Ele compensa a falta numa das rodas motrizes e manda força pro lado que está mais agarrado ao solo. Vale dizer que esta versão 2.4 Flexpower só vem com tração traseira. O 4×4 é exclusivo das versões diesel. Outra novidade é o acelerador eletrônico, mais dócil e preciso.
Rafael Tavares
Olho clínico
Um dado importante, que justifica a preocupação das montadoras em domesticar cada vez mais suas picapes: elas são usadas 80% do tempo no asfalto. Por isso as suspensões são cada vez mais dóceis. O conforto interno evoluiu muito. Caiu por terra aquela idéia de que caminhonete serve só pra carregar peso. Se precisar ela carrega, mas a idéia principal já é outra. Fruto da concorrência.
Tudo o que se encontra num bom sedã familiar a S10 oferece.
O tamanho já não assusta, tanto que esse tipo de automóvel já toma conta do nosso trânsito.
A sensação de andar acima dos outros transmite tranqüilidade, poder e segurança. As mulheres adoram, apesar de representarem muito pouco no mix de compra, somente 20%.
A chegada da tecnologia flex deve equilibrar a balança da Chevrolet. Segundo dados da fábrica, em 2004 90% das S10 saíam com motor diesel. No ano seguinte a participação do motor a gasolina subiu pra 25% e, em 2006, o mix chegou a 60% diesel e 40% gasolina. Agora a expectativa é que a versão flex abocanhe 45% do mercado.
Ficha técnica
Motor: dianteiro, longitudinal, 2.4 litros, 8 válvulas, 4 cilindros
Potência máxima: 141 cv (gasolina) e 147 cv (álcool) a 5.200 rpm
Torque máximo: 21,9 kgfm a 2.800 rpm (álcool e gasolina)
Taxa de compressão: 11,5:1
Sistema de injeção: eletrônica MPFI
Direção: Hidráulica – esfera recirculante
Transmissão: manual, com 5 velocidades
Tração: traseira
Suspensão dianteira: independente, braços articulados e barra de torção, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás
Suspensão traseira: feixe de molas semi-elípticas de 2 estágios, amortecedores transversais telescópicos hidráulicos pressurizados a gás
Freios: discos ventilados dianteiros, tambores traseiros
Pneus: 225/75R15 ou 235/70R16
Rodas: 15×7 – Aço ou 16×7 – Liga leve
Peso: 1.680 kg (em ordem de marcha)
Volume da caçamba: 860 litros
Carga útil: 770 kg
Capacidade do tanque de combustível: 67 litros
Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,8s (gasolina) e 11,5s (álcool
Velocidade máxima: 150 km/h (álcool e gasolina) – limitada eletronicamente
Consumo na cidade: 9,2 km/l (gasolina) / 6,3 km/l (álcool)
Consumo na estrada: 11,8 km/l (gasolina) / 8,2 km/l (álcool)
* dados da montadora
Preço sugerido: R$ 53.734,00