Quando se fala em Rolls Royce, qualquer automobilista do mundo imediatamente liga esse nome ao de uma das fábricas mais famosas, senão a mais-mais, da história do automóvel, que ainda não perdeu o seu reinado e atuou e continua atuando na fabricação de motores de aviões também.
Há alguns anos, a estrutura dessa fábrica inglesa balançou e para não quebrar foi socorrida pelo governo, sendo que, a partir daí, do seu capital passaram a participar empresas estrangeiras.
Mas, falou-se em automóvel Rolls Royce, seja do início do século passado ou último modelo, já se pensa em luxo, eficiência, durabilidade, beleza e… dinheiro. Antigamente comentava-se que, em qualquer parte do mundo, se um carro da marca tivesse um problema mecânico, a fábrica dava-se ao luxo de enviar um técnico para sanar o defeito, a fim de que mecânico não autorizado fizesse o serviço em desacordo com as normas exigidas.
Não era qualquer pessoa que podia comprar um carro desses, pois, tinha que passar pelo crivo do fabricante. Muito bem. Conversando com o curitibano proprietário do Rolls Royce Corniche Conversível 1972 eleito “The Best” no recente Encontro de Carros Antigos de Antonina/PR (organizado pelo MP Lafer Auto Clube do Paraná) após estafante e minuciosa apreciação feita por comissão de “experts” comandada pelo antigomobilista Roberto Biezemeier, ficamos sabendo que o couro – bancos, etc.- utilizado nos carros da marca era do tipo especial denominado “Connoly”, oriundo de fazendas de criação de gado da Noruega para essa finalidade.
Ali o gado, tratado a “pão-de-ló”, permanecia em pastos cujas cercas não possuíam arame farpado ou qualquer outra coisa que pudesse causar dano ao seu couro.
Até as árvores existentes eram protegidas a fim de que os animais não se machucassem nelas! Já Corniche é tradicionalmente o nome que se dá a uma avenida entre as montanhas e o mar, preferencialmente na Costa Azul/França.
O enfeite que os RR ostentam no alto do capô é símbolo do “Espírito do Êxtase”. O modelo Corniche Conversível foi fabricado de 1971 a 1995, somando cerca de 6.000 unidades, existindo aproximadamente 50 no Brasil e, em Curitiba, de colecionador, 1 só.
Possui motor V8 6,7 litros, bloco de alumínio, carburação dupla NS, freio a disco nas 4 rodas com 2 pinças cada, suspensão hidráulica independente nas 4 rodas (patenteada da Citroen) com acumuladores de nitrogênio, vidros, antena, tampa do porta-malas, travas elétricas, câmbio automático de 3 marchas com seletor elétrico, ar quente/frio, capota elétrica com forração dupla (não se vê as ferragens), chassi monobloco e sistema elétrico 12 volts.
A madeira utilizada no painel console e acabamento de portas (duas) é da melhor qualidade, selecionada em Milão/Itália. A primeira vez que esse carro, na cor branca e capota escura, foi oficialmente apreciado num concurso de beleza, o de Antonina, já levou o destaque maior. Também, com tantas coisas, além de outras não citadas, mereceu. Na foto, o carrão na vetusta Antonina.