Criar diferentes e novas propostas automotivas tem sido cada vez mais difícil. Os “designers”, por este motivo e também por não suportarem mais a mesmice estética em que vivemos, estão dando asas à imaginação e os resultados, na média, têm sido favoráveis. Mas, quando a imaginação voa demais…
Uma das empresas que melhor traduz essa revoada no velho continente é a Renault. A ousadia, às vezes de gosto duvidoso, tem nos obrigado a observar mais de perto os passos dessa indústria francesa, que, desta vez, surge com um conceito desenvolvido a partir do monovolume Trafic. Mais curto exatos 1.800 mm, com entreeixos menor 800 mm e 200 mm mais largo que o Trafic, o Deck?up, como foi batizado, ainda oferece mínimo balanço traseiro e tração integral permanente.
Internamente o espaço é bem aproveitado. O habitáculo oferece boa modularidade e os bancos, exceto o do motorista, podem girar até 180 graus. A idéia principal do “designer” foi assegurar a boa visibilidade para todos. A janela de vidro, que separa o compartimento interno da pequena caçamba, pode ser removida e os bancos traseiros, sobre longos trilhos, podem ser empurrados lá para trás. Tudo facilitado pelo assoalho plano. A porta traseira se abre horizontalmente.
Este utilitário foi especialmente desenvolvido para situações especiais, como filmagens de cenas de movimento do tipo corridas, safáris, maratonas, entre outras. Carroçaria, em dois tons de cinza, detalhes laterais pouco atraentes e portas, com janelas imensas, que se abrem em sentido oposto – o Deck?up não possui coluna B – compõem o aspecto controverso deste conceito.
O Deck?up é equipado com motor 2.5 litros 16 V de 135 cv, acoplado à transmissão manual de seis marchas. E foi apresentado no Salão de Bruxelas (15 a 25 do mês passado) e não chega a ser um modelo de série, mas é uma síntese interessante, trazendo elementos que podem beneficiar futuros modelos da marca.