O Scénic foi o primeiro Renault produzido no País, o primeiro monovolume comercializado, o primeiro a ter câmbio automático, e o primeiro em vendas. Mas aí chegou a concorrência e o páreo começou a ficar difícil. Lançado em 1996 na França, o Scénic chegou ao Brasil em 1999, como uma proposta absolutamente inovadora.
Com uma posição diferente de dirigir, o Scénic mostrou na prática as grandes vantagens de um monovolume e encantou especialmente o público que estava carente de produtos voltados para esse segmento.
Mas depois do sucesso do Clio Hi-Flex e acompanhando a tendência atual, a Renault iniciou em março a comercialização do Scénic com motor bicombustível 1.6 16V para enfrentar a concorrência.
Mecanicamente o motor Hi-Flex é semelhante ao que equipa os modelos Clio/Clio Sedan. As mudanças ficam por conta da disposição de alguns componentes, como o reservatório de gasolina do sistema de partida a frio e os tubos responsáveis por transportar o combustível ao motor e vice-versa, por exemplo, que sofreram algumas alterações.
O sistema de partida a frio do motor 1.6 16V Hi-Flex entra em funcionamento quando o combustível injetado na câmara de combustão é composto por mais de 85% de álcool e a temperatura ambiente é inferior a 18º C. A partir dessas condições, quando o motorista aciona a chave de ignição, o sistema de partida a frio injeta uma pequena quantidade de gasolina na mistura ar/combustível que vai para dentro dos pistões, facilitando, assim, a entrada em funcionamento do motor.
A gasolina do dispositivo de partida a frio é adicionada à mistura ar/combustível através de um tubo instalado na parte superior do corpo de borboleta motorizado do sistema de acelerador eletrônico, outra inovação do motor 1.6 16V Hi-Flex em relação a versão anterior a gasolina. Com a adoção do acelerador eletrônico, o acionamento da borboleta do motor é feito por meio de sensores eletrônicos, o que torna a aceleração mais ágil e suave, além de ampliar a dirigibilidade do veículo e reduzir os níveis de consumo de combustível e a emissão de poluentes.
O diferencial do motor Hi-Flex é ser um dos primeiros propulsores nacionais a trabalhar com qualquer tipo de gasolina, independente da proporção de álcool da sua fórmula. Por isso, esse motor pode ser utilizado em todos os países da América do Sul.
OLHO CLÍNICO
A nova motorização bicombustível (Hi-Flex), equipa as versões de acabamento Expression e Privilège (com câmbio manual) do Scénic. A série especial Scénic Hi-Flex é equipada de série com ar-condicionado, vidros traseiros elétricos, computador de bordo, volante regulável em altura entre outros itens. Mas, se seu objetivo é um carro espaçoso, confortável para a família e com um bom custo/benefício, sem dúvida a Scénic Hi-Flex é uma excelente opção.
O motor Hi-Flex proporcionou melhor desempenho ao monovolume Scénic. Segundo a montadora francesa instalada em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana da Grande Curitiba, o Scénic 1.6 16V Hi-Flex, abastecido com 100% álcool, atinge a velocidade máxima de 181 km/h e vai de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos, ante 178 km/h e 11,8 s, respectivamente, da motorização movida à gasolina. Além disso, o motor Hi-Flex possibilitou ao Scénic ampliar o seu consagrado nível de dirigibilidade e a manter um dos menores custos por quilômetro rodado, levando-se em conta a atual relação de preços entre a gasolina e o álcool.
Durante a avaliação feita pelo JA, o Scénic comportou-se muito bem, tanto em terreno plano como sinuoso, principalmente em trechos de serra. O motor bicombustível correspondeu a expectativa, atendendo com precisão toda e qualquer pressão feita sobre o pedal do acelerador eletrônico, principalmente se abastecido 100% a álcool, quando atinge 115 cv de potência. Sua caixa de câmbio, bem equilibrada, permite engates precisos. Consumo durante a avaliação: 8,5 km/l (álcool) / 11,6 km/l (gasolina), mas pode variar dependendo da maneira de dirigir de cada um.
Juntamente com o lançamento do novo motor, a Renault iniciou a comercialização da série limitada Scénic Hi-Flex, reforçando os níveis de conforto, praticidade e modernidade que caracterizam a linha Scénic, tudo isso a preço competitivo. Com preço sugerido de tabela de R$ 55.590,00 (frete incluso), o Scénic Hi-Flex 1.6 16V é baseado na versão de acabamento Alizé e conta com ar-condicionado, vidros traseiros elétricos, painel de instrumentos com fundo branco, faróis com máscara negra, calotas com desenho exclusivo, computador de bordo e volante regulável em altura. O Scénic Hi-Flex Expression custa R$ 57.690,00 e a versão Privilége R$ 62.190,00. A Renault está confiante no Scénic Hi-Flex. Tanto que este ano, projeta vender 9.000 unidades da versão Hi-Flex.
FICHA TÉCNICA
Scénic 1.6 16V Hi-Flex
Motor
Tipo: K4M HiFlex, bicombustível (álcool e/ou gasolina), 4 cilindros em linha, 16 válvulas
Cilindrada (cm3): 1.598
Taxa de compressão: 10:1
Potência máxima (cv/rpm): 115 cv (álcool) / 110 cv (gasolina a 5.750 rpm
Torque máximo (mKgfm/rpm): 16,0 (álcool) / 15,1 mkgf (gasolina) a 3.750 rpm
Transmissão: Mecânica, 5 velocidades
Rodas/Pneus: Aço estampado: 195/60 R15 – Liga leve: 185/65 R15
Direção Tipo: Hidráulica, diâmetro de giro 10,7 m
Suspensão Dianteira: McPherson, com triângulo inferior e efeito antimergulho, amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais e barra estabilizadora.
Suspensão Traseira: Rodas independentes, braços arrastados, quatro barras de torção transversais e amortecedores hidráulicos telescópicos inclinados.
Freios
Privilège: Duplo circuito em ?X?, discos ventilados dianteiros, com 280 mm de diâmetro, e traseiros, com 274 mm de diâmetro, com ABS nas 4 rodas.
Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,5 s (álcool) / 11,8 s (gasolina)
Velocidade máxima (km/h): 181 km/h (álcool) / 178 km/h (gasolina)
Consumo cidade: 8,2 km/l (álcool) / 11,4 km/l (gasolina)
Consumo estrada (vazio, sem ar-cond.): 10,4 km/l (álcool) / 14,5km/l (gasolina)
Capacidades:
Tanque de combustível: 60 litros
Porta-malas (dm3) min/max: 410/1.800 litros
