Nascido na Europa Oriental, com a marca Dacia, o Logan foi concebido para os consumidores de classe média dos países emergentes. Lançado há pouco mais de dois anos e vendido na Europa, ele tem tido bastante sucesso nos mercados onde foi posto à venda.
No Brasil, um mercado bastante complexo, a Renault deixa claro o seu alvo: famílias de classe média, sem recursos para comprar carros de tamanho médio ou grande. Um público que a fábrica descobriu desconhecer bastante a marca, a ponto de identificar todos os seus modelos como importados, caros e inacessíveis.
O estilo não é o forte do Logan. Para lançar o carro aqui, a Renault do Brasil se preocupou em tornar o carro menos espartano e suavizar algumas arestas. Melhorou o painel que, apesar de plástico aparente, ficou aceitável. Também redesenhou o volante, o console central, os painéis internos das portas e incluiu as calotas como item de série. A maior mudança foi na tampa do porta-malas, que ganhou um arremedo de aerofólio que não melhorou muito seu aspecto.
Seja como for, o que a fábrica não está promovendo é beleza, mas o lado de dentro do carro. O melhor dele é o banco traseiro, que pode levar três adultos sem se apertarem e sem ter que encolher as pernas. O assoalho não chega a ser plano, mas o pequeno ressalto que tem na parte central não incomoda o passageiro do meio. Transportando tanta gente, ele precisava de um bom porta-malas. E tem, com 510 litros de capacidade declarados.
O modelo cedido pela Renault do Brasil ao Jornal do Automóvel para avaliação, um Logan 1.6 8V Hi-Torque, apesar de nada esportivo, tem uma direção bastante precisa e agradável, transmitindo segurança ao condutor. Sua suspensão é confortável, no que é ajudada pela grande distância entre eixos. Além de absorver bem as irregularidades das ruas por onde passamos, ele se mostrou eficiente nas curvas.
Seu motor desenvolve de 92 cv (com gasolina) a 95 cv com álcool, com torque (força) de 13,7 kgfm a 14,1 kgfm, respectivamente – o 1.6 16V tem de 15,1 kgfm a 15,5 kgfm. O seu torque máximo é alcançado com 900 rpm (rotações por minuto), um bom auxílio para o anda-e-pára das grandes cidades, onde se roda mais em primeira e segunda marchas do que nas outras. Apesar de o ?sobrenome? da versão de motor ser Hi-Torque, o modelo é ?flex?. A posição de dirigir elevada garante o domínio de tudo o que acontece à volta. Durante a avaliação do JA o carro se mostrou satisfatório em ladeiras íngremes. E bom na estrada.
Enfim, o torque em baixas rotações é o destaque do sedã Logan com propulsor 1.6 8V Hi-Torque, que ajudará a cumprir a promessa de trazer um público diferenciado para a Renault. (BN)
Ficha técnica
Motor
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, flex, 8 válvulas, 1.598 cm de cilindrada
Potência
92 cv (gasolina) a 95 cv (álcool) a 5.250 rpm
Torque
13,7 kgfm (gasolina) a 14,1 kgfm (álcool) a 2.850 rpm
Câmbio
Manual de cinco velocidades
Suspensão
Dianteira tipo McPherson com amortecedores hidráulicos telescópicos; traseira com rodas semi-independentes e barra estabilizadora
Freios
A disco na dianteira e a tambor na traseira
Dimensões
4,25 m de comprimento, 1,74 m de largura, 1,53 m de altura e 2,63 m de entreeixos
Tanque
50 litros
Porta-malas
510 litros
Preços
R$ 32.240,00 (Authentique), R$ 33.090,00 (Expression) e R$ 40.090,00 (Privilège)
Garantia de 3 anos