Há 10 anos a Harley-Davidson quebrava paradigmas ao apresentar a V-Rod. O modelo deixava de lado o tradicionalismo do estilo retrô, investia em um design mais arrojado e um motor de dois cilindros em “V” dotado de refrigeração líquida, o primeiro na história da marca, que completa 110 anos em 2013. Para celebrar esta efeméride, viajamos até os Estados Unidos para rodar com a V-Rod 10th Anniversary Edition. O exclusivo modelo, que será fabricado apenas neste ano, também vai ser montado no Brasil na nova planta fabril da HD em Manaus (AM).
A versão 2012 chama a atenção também pela cor – Brilliant Silver Pearl em homenagem à V-Rod original. Na edição comemorativa, a Harley-Davidson esbanjou peças cromadas, em alumínio e acabamento em aço escovado. A marca decorou a moto ainda com tampa do motor com a inscrição “10 Years” (10 anos). A V-Rod 2012 foi redesenhada. A parte dianteira ganhou novo conjunto ótico e, na traseira, a lanterna agora é retangular com LEDs, além disso, o desenho das rodas mudou. Para reforçar a esportividade do modelo, a V-Rod traz agora garfo telescópico invertido (upside-down) e novo guidão.
Vigoroso motor de 125 cv
Mas como é seu comportamento dinâmico? Então chegou a hora de dar o start e sair rodando pelas highways da região de Park City, no estado de Utah (EUA). O percurso alternou longas retas e trechos de serra bastante sinuosos, com o pico das montanhas ainda com neve. No total foram quase 300 km percorridos de pura diversão contornando lagos e pilotando por trechos bastante travados. No caminho, paramos em uma das bases do Sundance Film Festival, organizado pelo ator e diretor Robert Redford.
O som médio grave que sai do escape duplo da V-Rod instiga o piloto a acelerar. O motor Revolution com dois cilindros em “V” dispostos a 60´, refrigerado a líquido, gera 125 cv de potência máxima a 8250 rpm. Além de ser o mais potente, trata-se do melhor propulsor construído pela HD, em termos de desempenho.
Na prática, o motor dotado de injeção eletrônica de combustível oferece respostas rápidas e torque bastante generoso (11,4 kgf.m a 7250 rpm). Trabalhando de forma eficiente, a moto chega a 150 km/h sem muito esforço e ainda com muito fôlego para uma ultrapassagem na estrada. Mas, se o piloto preferir mais emoção, basta reduzir uma marcha e girar o acelerador que o V2 irá fazer sua parte e cresce de giros com vigor.
No modelo, nada de sexta-marcha (over-drive). A V-Rod traz câmbio de cinco velocidades e transmissão final por correia dentada. Esbanjando potência e pode-se dizer (exagerando) que o modelo é quase uma esportiva vestida de custom.
Ergonomia
Pilotos com cerca de 1,70 m sofrem um pouco, já que as pedaleiras são posicionadas bem à frente. Todavia, o assento é bastante confortável e acomoda bem o piloto. Apesar de recuado, o guidão é aberto e o motociclista precisa pilotar com o braço quase que praticamente todo estendido. O guidão no estilo drag-bike proporciona uma posição agressiva de pilotagem, projetando o tronco do piloto para a frente. Posição cansativa para quem quer rodar por muitos quilômetros.
Mercado
A V-Rod tem boa receptividade entre latinos, sul-americanos e europeus. Entretanto, a linha não é uma unanimidade entre os próprios norte-americanos. Harlistas mais conservadores acham a moto muito “modernosa” esteticamente. Assim, o modelo vai ganhando espaço em outros mercados, inclusive no Brasil. Ano passado a Harley vendeu exatas 4322 motos no Brasil, das quais 291 pertenciam à família V-Rod.
Nesta mesma faixa de preço da versão comemorativa (R$ 53.700, de série com freios ABS), há outros modelos nakeds e esportivos disponíveis no mercado nacional. Entre as opções estão Suzuki B-Kin,g (R$ 49.900), Honda CBR 600RR (R$ 50.900, com ABS) e a Kawasaki Ninja 1000 (R$ 51.900, também com sistema de freios ABS).
