Pneu pendurado (suspenso) na traseira de falsos aventureiros, jipes e utilitários pode provocar pequenos amassados em outro veículo estacionado próximo, no momento da manobra. E muita gente tem reclamado a respeito do descuido de motoristas desse tipo de veículo.
Realmente, quando você vai estacionar, e dá ré, perde um pouco a noção do espaço do pneu que está na traseira. Precisaria haver sensores de estacionamento para não deixar pegar no carro de trás. Lançado em 2003, o EcoSport se tornou referência entre os veículos que se propõem a passar imagem de aventureiro. E, para garantir essa imagem, o estepe instalado na traseira é fundamental. Do solo até o estepe do EcoSport, são 60 cm, medida superior ao pára-choque da maioria dos automóveis, como o Fiat Palio, cujo pára-choque termina aos 52 cm do chão.
Outros supostos ?aventureiros? fabricados no Brasil, que têm estepe na traseira, são os Fiat Doblò Adventure e Idea Adventure e VW CrossFox, sendo esse último o mais alto em relação ao solo. Porém, não podem ser esquecidos os jipes e utilitários-esportivos de verdade, que têm o pneu na traseira. Entre os modelos produzidos e comercializados no Brasil estão: Mitsubishi Pajero Full e Pajero TR4; Chevrolet Tracker; Toyota RAV4; Land Rover Defender; Jeep Wrangler; e Troller T4.
A maioria tem o estepe cerca de 60 cm do solo, exceção do Defender, que a altura passa dos 70 cm. Merecem destaque as soluções encontradas para o RAV4, cujo pneu fica acima do pára-choque, ultrapassando-o em apenas 3 cm; e para o TR4 em que o estepe é praticamente encaixado no pára-choque traseiro.
De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), não há nada que proíba o uso dos estepes na traseira dos veículos, ainda que ultrapassem o limite do pára-choque. Nossa legislação de trânsito é omissa quanto a esse tipo de veículo. Mas para alguns ?experts? em engenharia da mobilidade e trânsito, ?o problema de possível amassado gerado pelo pneu estepe é uma questão de cultura?.
O uso do estepe na traseira vem de um conceito europeu. Não há problemas de legislação ou técnico. Vai da educação e consciência do motorista, que quando manobrar tem que pensar no carro que está estacionado atrás do seu, alegam a respeito alguns técnicos.
Segundo os ?experts?, numa pequena batida, o estepe apenas esbarra no veículo que está atrás e a própria borracha ou capa amortecem o atrito. Não há problema se só esbarrar. Mas se o motorista der uma ré mais forte vai colidir não só o pneu, mas o pára-choque. Depende muito de quem faz a manobra. Como não existe lei regulamentando tal situação, o melhor mesmo é não estacionar atrás desses veículos. (BN)
