Piloto Mundito faleceu jovem demais

A marcha do tempo não para e quem para, por ela é atropelado. Parece que foi ontem que escrevemos recordando o triste fato da trágica morte de um destacado e pioneiro piloto de carreteira do Paraná e, novamente estamos vivendo o dia 14 de abril.

Pois, foi por volta das 20,00 horas do dia 14 de abril dos idos de 1953, num dos quartos da Casa de Saúde São Francisco, que funcionava na Rua São Francisco, centro de Curitiba, que o piloto de carreteira Edmundo Dal Lago, conhecido nos meios automobilísticos pelo apelido de “Mundito”, deixou esta vida.

Jovem demais, não havia completado 30 anos de idade. Ele foi vítima de acidente com sua própria carreteira número 4, um Ford 1940 equipado com motor de Ford 1946 com cabeçotes de alumínio e coletor para dois carburadores, entre outras modificações por ele mesmo engenhadas, uma vez que era dono de oficina mecânica localizada no bairro do Portão e apaixonado por carros de corrida.

Mas, fato que chama a atenção é que não se tratava de uma prova oficial e nem era ele quem estava dirigindo a carreteira que havia construído e sim seu amigo Zeferino Pianoski, a quem havia entregue o comando, no cumprimento de uma espécie de desafio com o motorista de um automóvel Ford 1952 a fim de ver quem chegava antes na cidade de Rio Negro/PR, depois de cumprir cerca de 100 quilometros por estrada pavimentada com saibro.

Partindo daquele bairro, na altura do quilometro 30, cerca de 13,00 horas, a carreteira chocou-se violentamente com a traseira de um caminhão Ford F-8 carregado com tambores de gasolina e estacionado à beira da estrada, cujo motorista chamava-se Edmundo também, de sobrenome Sukovski.

Pianoski foi cuspido do carro e feriu-se, mas não gravemente. Mundito, que estava como co-piloto, foi arrastado pela carreteira e sofreu ferimentos graves. Ambos foram socorridos pelo condutor de uma camioneta carregada com verduras para serem vendidas em Curitiba, que os trouxe àquele hospital, no qual Mundito chegou com vida, vindo a falecer.

O seu corpo foi enterrado no dia 15 de abril de 1953, no jazigo da família, cemitério da Água Verde. Posteriormente, neste mesmo ano, Mundito foi homenageado pelo Automóvel Clube do Paraná com a realização de uma prova oficial envolvendo carros das categorias Força Livre (carreteiras) e Turismo, tendo por local o circuito da rua Marechal Floriano Peixoto, na capital, num trajeto de cerca de 5 quilometros por várias ruas, a qual foi vencida pelo piloto Haroldo Vaz Lobo na categoria principal, tendo este entregue o troféu a que fez jus à viúva de Mundito, senhora Olga Dal Lago. Na foto, Mundito quando construía a sua carreteira.

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