Observações sobre o Fusca pós-II Guerra Mundial

Não há dúvida de que, restaurar um objeto ou seja lá o que for, é obra que exige, por parte de quem realiza o trabalho,  muita paciência, dedicação, pesquisa, cuidado e muito mais.

No caso de restauração de automóveis antigos então, haja montanhas de paciência, pois, eles possuem, em média de 2.000 a 2.500 peças!

Mas, é justamente aí que reside a atração, o fascínio, o desafio e a satisfação de se restaurar um veículo antigo e depois orgulhosamente desfilar com o mesmo pelas ruas atraindo a curiosidade dos passantes.

Sempre surgem as dúvidas: como seria exatamente a peça original? Será que alguém já modificou-a? Considerando que antigomobilistas se dedicam à restauração do Volkswagen, o nosso popular Fusca, fabricado na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, consultamos o estudioso do assunto e antigomobilista curitibano Waldir Kunze, que esclarece alguns pontos sobre a construção deste automóvel.

Com relação aos estribos do carro, diz ele: “É curioso, senão intrigante, o fato de terem sido usados “restos” de materiais para a construção dos estribos, com a aparente função de reforça-los contra a torção sofrida pelos mesmos nos embarques e desembarques das pessoas.

Em Curitiba existe um Fusca ano 1950 cujos estribos (foto) contam com esses “reforços”.

Cabe pesquisar a realidade do uso dos mesmos: era a falta ou escassez de matéria-prima logo após a Segunda Guerra?

Pela aparência desses “reforços” nota-se que parecem ser “restos” de materiais obtidos de retalhos ou até “lixo”.” Por outro lado, no tocante às setas direcionais, a conhecida “bananinha” dos Fuscas pós Segunda Guerra, o senhor Kunze observa: “Na parte central superior do painel do Fusca 1950 existe a “chave” de setas que, no caso da fotografia mostrada hoje está virada à esquerda, mas, a “bananinha” acionada (levantada) é a da direita, erroneamente. A “bananinha” tem a parte metálica vincada, a qual, no Brasil ficou lisa a partir de meados da década de 50.

Abaixo e à direita da abertura do porta-luvas se vê protuberância que é por onde passa a coluna da direção quando usada do lado direito do carro. A abertura do porta-luvas tinha, de l950 a 1952,  moldura-friso em alumínio, sem tampa, a qual foi introduzida em 1953 na Segunda Série do  Fusca 1.200cc, além da vigia traseira de formato oval. Note-se ainda que a borracha do vidro da porta está cheia de trincas, pois, é original.” Na próxima edição, novas observações do senhor Waldir Kunze.

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