O Chevrolet Tracker volta com força total

ja127260407.jpgFato consumado no comércio é o poder de decisão que a mulher tem dentro de casa. Nada entra sem a opinião dela. Carro é coisa de homem? Sim. Mas a mulher, há tempos, dá o seu pitaco. E o Tracker cai como uma luva nessa hora. Como o jipinho é simpático!

Mal cheguei em casa com ele e a esposa se apaixonou. "Que lindo. Quero um desse! Posso dirigir?" Passei alguns dias com ele e afirmo, sem medo de errar: a Chevrolet acertou na mosca ao relançá-lo num preço mais competitivo. Agora, com motor a gasolina, chega pra brigar na faixa dos R$ 50 a R$60 mil, justamente um nicho antes dominado com exclusividade pelo Ford EcoEsport. E tem credenciais pra briga.

ja128260407.jpgO motor 2.0 dá conta do recado, não é dos mais beberrões e ainda dispensa as incômodas vibrações do motor diesel.

Vale lembrar que o que equipava o Tracker não era das gerações mais modernas, eletrônicas, que hoje puxam a maioria das pick-ups. Vale lembrar, também, que a versão diesel era quase R$ 20 mil mais cara.

As mulheres elogiam a posição alta de dirigir, o design aventureiro e os itens de conforto. O básico exigido atualmente ele traz, como trio-elétrico, direção hidráulica, ar-condicionado. No pacote de série, você também leva uma robusta tração 4×4, de acionamento manual, como nos bons jipes. Mas pra isso a esposa nem dá bola. Ainda assim a alavanca está lá, a postos, pra ajudar a incauta motorista a sair de um atoleiro, mesmo que precise ligar pro marido pra saber como usar. Robustez que o comprador não encontra no EcoEsport, que também é bonitinho, mas não tem o mesmo brio. Mesmo na versão 4×4.

ja21260407.jpgO Chevrolet Tracker participa do segmento dos utilitários-esportivos pequenos. Esta categoria de veículos tem registrado um crescimento expressivo nas vendas nos últimos três anos. Parte desse crescimento se deve à entrada de produtos com apelo "off-road" no mercado nacional. Pesquisas da área de Marketing da GM do Brasil indicam que o potencial comprador do Tracker está situado na faixa etária de 30 a 45 anos, em sua maioria casado, e com situação financeira estável. Ou seja, a tradicional família brasileira.

E, com seu charme, o jipinho facilita as coisas pro maridão na hora de convencer a esposa a investir num carro novo.

Rafael Tavares

OLHO CLÍNICO

ja22260407.jpgO Chevrolet Tracker é um veículo de uso misto. Encara com galhardia o dia-a-dia nos grandes centros urbanos e aceita desafios de fim de semana. Produzido no Complexo Industrial Automotivo da GM Argentina, o utilitário esportivo é um projeto da Suzuki em parceria com a General Motors.

O projeto não é novo, mas o design do jipinho ainda agrada. Transmite robustez. A suspensão alta e firme garante conforto na maioria das situações. Não filtra todas as imperfeições do asfalto como um sedã de luxo, mas compensa isso com a tranqüilidade pra enfrentar buracos que só a altura oferece. As rodas são de alumínio, de 16 polegadas, calçadas com pneus radiais 235/60 R16, de uso misto.

Diferente do modelo vendido de 2001 a 2004, o novo Tracker chegou equipado com motor a gasolina, 2.0 litros, 16 válvulas, que desenvolve 128 cavalos de potência máxima a 5.900 rpm, e 17,7 mkgf de torque máximo a 4.300 rpm. São boas credenciais pra enfrentar o uso cotidiano da maioria dos motoristas.

ja23260407.jpgO câmbio é manual, de cinco marchas, com bom escalonamento, mas engates duros, como qualquer utilitário. Faz parte!

De acordo com a Chevrolet, o Tracker atinge a velocidade final de 168 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 11,9 segundos.

O consumo anunciado é de 10,1 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada. Números otimistas que, no uso real, caem pra cerca de 8,5 km/l no tráfego urbano.

O sistema de tração oferece as seguintes opções: 4×2 com tração traseira, para ser usada em condições normais; 4×4, para terrenos com baixo atrito ou escorregadios; e a 4×4 com reduzida, para ser acionada em condições de baixa aderência. O acionamento pode ser feito com o veículo em movimento, até 95 km/h, salvo para o engate da reduzida.

Aí, só parando.

Durante a avaliação que realizamos em pista de terra, na Região Metropolitana de Curitiba, o Tracker mostrou a que veio. Embora não tenhamos percorrido trecho enlameado, havia pontos com areão, onde o jipinho da GM passou sem problemas, e enfrentamos até rampas fortes. Mas o utilitário subiu sem problemas.

No asfalto, ele também agradou. Nas retas,é ágil e em trechos de serra mostrou sua boa estabilidade. O modelo é oferecido pelas concessionárias Chevrolet em versão única, com extensa lista de itens de série, e preço público sugerido a partir de R$ 58.990,00. (BN)

Ficha técnica

Motor: dianteiro longitudinal, gasolina, 2.0 litros, 16V

Número de cilindros: 4 em linha

Taxa de compressão: 9,3

Potência máxima: 128 cv a 5.900 rpm

Torque máximo: 17,7 mkgf a 4.300 rpm

Transmissão: manual de cinco velocidades

Tração: 4×4

Freios: auxiliar a vácuo, circuito simples hidráulico, com ABS nas 4 rodas

Dianteira: a disco ventilado

Traseira: a tambor auto-ajustável

Suspensões

Dianteira: independente tipo McPherson, braços articulados e barra de torção. Amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados;

Traseira: tipo 5-Link, 5 pontos de articulação entre a carroceria e o eixo traseiro rígido. Molas helicoidais e amortecedores pressurizados. Braço de controle integrado.

Porta-malas: 275 litros a 1.148 litros

Tanque de combustível: 66 litros

Velocidade máxima: 168 km/h

Aceleração 0 a 100 km/h: 11,9 segundos

Consumo na cidade: 10,1 km/l

Consumo na estrada: 11,5 km/l

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