Sem as formas radicais da primeira versão, o novo Ka repete, de certa forma o impacto que a chegada do seu antecessor causou, anos atrás. Além de preservar o mesmo nome estampado na traseira, o novo Ka manteve as maçanetas externas e a configuração única de duas portas da versão anterior. De resto, é um carro completamente novo.
Sua frente acompanha o desenho dos demais modelos da Ford. Nas laterais, os contornos ficaram bem mais harmônicos, por causa dos pára-lamas alargados. A nova traseira do Ka, ficou muito mais interessante. O desenho da tampa traseira, das lanternas e do pára-choque remetem a modelos mais requintados e com toque esportivo. O porta-malas também mudou, passando a acomodar maior volume de bagagem. A nova versão decretou também o fim dos pára-choques sem pintura.
Tudo foi mudado internamente: alavanca do câmbio, forração das portas, console e posição de porta-objetos, mas o destaque funcional vai para o painel. O grafismo dos instrumentos e o fim do visor eletrônico fizeram bem ao modelo. Difícil é acreditar no velocímetro com escala até 220 km h, velocidade que o Ka 1.0 não vai atingir nunca.
Outra novidade importante: o espaço do banco traseiro, concebido para três passageiros – antes havia cintos de segurança apenas para dois. Certo que o espaço não é nenhum primor, mas o novo Ford Ka deixou de ter essa desvantagem em relação aos rivais.
Ao longo da avaliação feita pelo Jornal do Automóvel, o novo Ka 1.0 fez sucesso. Vários motoristas aproveitaram o pátio do pedágio e trechos congestionados para olhar o carro. Durante a avaliação, o Ka 1.0 mostrou comportamento satisfatório em baixa rotação. Como ocorre com todos os carros com motor 1.0, a aceleração alcança sem pressa até cerca de 2 mil rpm.
Em trechos mais livres de nosso percurso, notamos que ele aceita bem trocas de marchas quando o giro está na casa das 3 mil rpm, mas o ideal para não perder o embalo é manusear a alavanca dos 4 mil giros em diante. Aí sim, as respostas são mais consistentes. O câmbio, aliás, foi mudado. E os engates estão mais suaves por conta do acionamento por cabo. O volante tem boa empunhadura e responde bem aos comandos, mesmo sem a assistência hidráulica. A posição de dirigir agrada, enquanto a visibilidade melhorou sensivelmente com o novo vidro traseiro, envolvente e amplo.
O conforto de rodagem agrada, mas desde que não haja nenhuma irregularidade acentuada pelo caminho. Firme além da conta, a suspensão é excelente para manter a estabilidade em curvas, mas acaba transferindo um pouco de impacto e os pneus sofrem quando passam por buracos em nossas ruas. Mesmo assim, o novo Ka agradou, mostrando evolução de uma maneira geral. De fato, um compacto agradável de dirigir e manobrar. (BN)
Ficha técnica
Ka 1.0 Flex
Motor
1.0 litro, Rocam, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 8 válvulas, bicombustível
Cilindrada
999 cm
Potência
70 cv (G) e 72 cv (A) a 6.000 rpm
Câmbio
Mecânico, de cinco marchas
Suspensão
Independente, tipo McPherson, com braços inferiores, amortecedores pressurizados com batente de suspensão em poliuretano e molas helicoidais, na frente. Semi-independente, com eixo auto-estabilizante, amortecedores pressurizados com batente de suspensão em poliuretano e molas helicoidais, atrás.
Freios
Dianteiros a disco sólido e traseiros a tambor
Tanque
45 litros
Preço
R$ 25.190,00
