Norberto Jung: O chamado “Senhor Pilotaço” Parte 3

Concluímos hoje relato, resumido, sobre a carreira do grande piloto gaúcho Norberto Jung, especialista em provas de longo percurso em estradas e também fundador, na prática, do automobilismo de competição no Rio Grande do Sul.  Ele pendurou as luvas e o volante no final da década de 1940, na mesma época em que outros pilotos gaúchos contemporâneos de destaque tais como João Caetano Pinto, Olyntho Pereira, Abelardo Noronha e Oscar L. Bins abandonaram as pistas de corrida. No entanto, Diogo L. Ellwanger, Catharino e JulioAndreatta -da escuderia Galgos Brancos –  continuaram na lida das carreteiras. Na área empresarial, foi um dos proprietários da concessionáriaFord – Ribeiro-Jung – de Porto Alegre\RS, há décadas pertencente à família Jung, sendo esse o fator preponderante pelo qual Norberto sempre competia com carros da marca. Na memorável corrida de mais de 2.000 quilômetros comemorativa do bicentenário da capital gaúcha – Rio de Janeiro\Porto Alegre, em 1940, Jung cumpriu uma de suas últimas participações em provas de longa distância, quando quebrou seu Ford ainda na primeira etapa, entre o Rio e São Paulo\SP.  Nessa maratona, o piloto gaúcho Ernesto Ranzolin fez o segundo lugar com um Ford cupê 1940 de luxo, zero quilometro, com pneus faixa branca e tudo, adquirido justamente naquela concessionária. Para tristeza geral Jung, que já sofria de um câncer no seu rosto, depois de abandonar as pistas de corrida envolveu-se num acidente de trânsito que lhe custou a amputação do braço esquerdo. Na grande prova Montevidéo (Uruguai)\Rio de Janeiro\RJ, na distância de 3.200 quilometros, disputada em oito etapas de 4 a 11 de abril de 1936, vencida por Norberto Jung com um Ford V8, o piloto paranaense João Magalhães venceu a etapa Florianópolis\SC a Curitiba\PR. O gride de largada reuniu dez pilotos brasileiros, além de 32 pilotos argentinos, uruguaios e chilenos. A propósito, o nome “carretera” (da língua espanhola) dado aos carros de corrida com teto rígido, surgiu no dia 5 de agosto de 1937, quando foi realizado um Grande Prêmio da Argentina. Nesta oportunidade, o regulamento da prova excluiu os carros conversíveis e os chamados “charutos” (mono e bi-posto), permitindo somente os sedans e cupês fechados, considerando a maior segurança dos pilotos em caso de acidente. A partir daí, Uruguai e Brasil aderiram à nova medida. Norberto Jung, o grande vencedor de provas de longa distância, além dos troféus e das glórias que conquistou ao longo da sua carreira de piloto, foi ainda agraciado com o samba intitulado “Soudade de Vancê”, homenagem do compositor Claudino A. de Oliveira pela vitória do pilotaço no raideMontevidéo\Rio.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo