Tiida, Livina, Versa, March, Frontier… Os modelos da Nissan no Brasil nunca arrancaram suspiros pelo visual. Os atributos da marca se concentram no conjunto mecânico e acabamento interno. A nova geração do Sentra, que chega às lojas em outubro (a reserva já pode ser feita), não foge à regra. Apesar da nítida mudança de aparência comparada ao antecessor, o sedã ainda preserva linhas convencionais, que dificilmente o farão se destacar entre as opções disponíveis no segmento de sedãs médios.
Será preciso viver o ambiente do carro e acelerá-lo para ver o que o Nissan realmente tem de bom oferecer. E no caso do novo Sentra, é muita coisa. Inicialmente, a versão que virá do México é a topo da linha SL, com motor 2.0 Flex e câmbio automático (CVT). Custará R$ 71.990, ou R$ 4.300 a mais que o preço sugerido no site da montadora para o SL anterior, de R$ 67.690 mas, para desovar o estoque, é possível encontrá-lo por R$ 65 mil. Em outubro chega também a versão com transmissão manual, cujo preço não foi revelado ainda a geração antiga parte de R$ 52.190.
O Paraná Online pode conferir como ficou a novidade durante o evento Nissan 360, realizado nos Estados Unidos pela marca para mostrar seus principais modelos mundiais a jornalistas especializados. Constatamos que o Sentra repaginado está mais confortável e elegante. Há couro no revestimento, parte do painel é emborrachado e mesmo os plásticos espalhados pela cabine são de boa qualidade. A versão avaliada trazia detalhes em madeira que não serão usados na configuração brasileira, mas bem que poderia para elevar o requinte.
Sobra espaço interno e quem viaja no banco de trás fica numa posição mais alta e, assim mesmo, não corre risco algum de encostar a cabeça no teto ou as pernas nos bancos dianteiros. Resultado de um entre-eixos maior em 1,5 centímetro em relação ao anterior, totalizando 2,70 m. São 10 cm a mais que o do Toyota Corolla (que já é espaçoso) e 4 cm a mais que no Honda Civic, líderes do segmento. O modelo cresceu 6 cm, com 4,62 m de comprimento, e o porta-malas comporta agora 428 litros contra os 442 l de antes.
Itens de série
Por enquanto, a Nissan só adiantou que a nova linha trará botão de partida sem chave desde a versão de entrada e luzes diurnas de LEDs, tanto na frente quanto atrás. O topo da gama terá volante multifuncional em couro com piloto automático, controle do sistema de som e sistema Bluetooth. O ar-condicionado de duas zonas será item de série nas versões SV, intermediária, e SL. O modelo testado pela reportagem trazia central multimídia, que agrega também a câmera de ré. Tal item não foi confirmado pela marca, mas deve constar na lista de equipamentos, pois boa parte dos concorrentes já o disponibiliza.
Do lado externo, a inspiração veio do Altima, o sedã de luxo da marca que também desembarca no Brasil este ano. O Sentra exibe novo desenho dos faróis, com LEDs pontilhados na base, e das lanternas, além de um para-lama dianteiro mais robusto e a grade trapezoidal cromada.
Motorização
A Nissan não quis adaptar o novo motor 1.8 (a gasolina) que equipa o modelo americano. Econômico, mas menos potente que o 2.0 (140 cv) que passa a ser usado no Brasil, esse motor significaria uma perda de 10 cv em favor da economia de combustível. Contudo, a marca diz que aperfeiçoou o propulsor para também consumir menos. O motor passa a adotar o sistema Flex-Start, que dispensa o tanquinho de gasolina.
Avaliação
O test-drive que o Paraná Online fez com o modelo americano deu uma pista do que o cliente do novo Sentra terá nas mãos. O rodar macio chama a atenção, bem como o motor que tende a gritar em rotações mais altas. Neste caso, a explicação está, no bloco 1.8 de 132 cv, que sofre um pouco quando se pisa fundo no acelerador.
Assim, a montadora acertou ao manter o propulsor mais potente para o Brasil, que reduziu a potência de 143 cv para 140 cv (20,3 kgfm de torque), mas melhorou a economia de combustível. Segundo o programa de etiquetagem do Inmetro, o sedã saiu de uma classificação D para a nota máxima A, com média de 8 km/l de etanol e 10,3 km/l de gasolina no combinado cidade/estrada.
Já no que se refere à potência e ao comportamento da suspensão, não foi possível tirar conclusões, afinal o motor 1.8 a gasolina não será usado aqui e as ruas e estradas da Califórnia, são verdadeiros tapetes, que não exigem tanto de amortecedores e molas como os pisos irregulares vistos com frequência no Brasil.