Recentemente foi aprovado pelo Senado o projeto de lei que regulamenta a atividade de “mototáxi”.
Agora, o PL aguarda a sanção presidencial e a publicação no diário oficial da União para ganhar eficácia legal, pois, na prática a atividade já existe em algumas cidades brasileiras.
O Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária) identifica um excessivo risco de acidentes a que estão sujeitos os passageiros de mototáxi, razão pela qual é contrário ao exercício da atividade. Entidades como a Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), a ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e a Pro Teste estão em linha com a posição do Cesvi.
Estatísticas da Companhia de Engenharia de Tráfego – CET/SP indicavam que, em 2005, ocorria a morte de um motociclista por dia nas ruas da capital paulista, e as projeções de fatalidades são crescentes na medida em que a frota de motocicletas tende a aumentar não apenas para os profissionais que utilizam moto.
Riscos
André Horta, analista de segurança viária do Cesvi, observa que a circulação das motocicletas pelos “corredores” será ainda maior para que a atividade de mototáxi seja atrativa àqueles que desejarem usar o transporte, elevando as possibilidades de acidente que, não raramente, já estão ocorrendo entre os próprios motociclistas que trafegam entre as faixas de rolamento.
O comportamento do passageiro durante o percurso é outro fator que pode interferir na segurança da condução da moto. As motos, durante seu movimento, possuem equilíbrio dinâmico, condição apta a possibilitar as manobras.
“Por exemplo, quando o motociclista faz uma curva, seu corpo e a moto fazem o movimento na mesma direção, inclinando-se para o lado. O passageiro do mototáxi que por alguma razão não acompanhe esse movimento, ou pior, instintivamente movimente o corpo para o sentido contrário ao da inclinação, pode provocar o desequilíbrio da moto, causando a queda dos seus ocupantes”, alerta Horta.