Mais um capítulo da saga motociclística até o Caribe

Concluído o passeio por Caracas, os motociclistas prosseguiram viagem: “Dia seguinte – relata Mirion Langaro – um avião nos levou a Isla Margarita, onde ficamos por 4 dias em bom hotel, com espetáculos musicais diários e piscina ótima.

Passeios e compras pela cidade principal e vilarejos da ilha tornaram os 4 dias pouco para a estada.

Mas o arquipélago de Los Roques nos esperava e um pequeno avião nos levou lá, onde ficamos 3 dias passeando em veleiros tipo catamarã e visitando ilhas com praias lindas de águas incrivelmente límpidas e com fauna abundante.

Mergulho em formações de corais, baixios em locais longe da costa, onde o barco pára e podemos descer com água rasa. Mas o que é bom dura pouco e nosso pessoal teve que voltar ao Brasil, trazendo boas lembranças do Caribe e da Venezuela.

No outro dia apanhamos as motos no apartamento do Jorge e a bagagem na casa do Fábio. Despedidas, agradecimentos, votos de boa viagem e deixamos com certo pesar aqueles amigos e esposas que em tão pouco tempo nos conquistaram e tanto nos ajudaram no país vizinho.

Seguimos em direção ao Lago Maracaibo, ponto extremo oeste da Venezuela, fronteira com a Colômbia e que tem uma ponte tão extensa quanto bela. O Lago de Maracaibo possui mais da metade das reservas da Venezuela, ainda pouco exploradas.

O próximo destino era a cidade de Mérida e neste caminho nota-se a mudança da paisagem, com mais terras cultivadas e a topografia mais acidentada. Estamos no pé da Cordilheira dos Andes e iniciamos a subida, chegando até 4.120 metros de altitude.

Os motores raclamam da falta de ar e nós ficamos ofegantes após o menor esforço. Rodamos durante todo o dia cerca de 160 quilometros, usando primeira e segunda marchas numa estrada bem parecida com a Estrada da Graciosa, só que com aproximadamente 200 quilometros.

Visitamos um observatório astronômico muito bem conservado e chegamos a Mérida, cidade bem cuidada e com teleférico de 12 quilometros, que infelizmente não estava operando, o que nos frustrou.

Mas, outros atrativos da cidade valeram a pena, como igrejas da época da dominação espanhola e uma cruz que foi usada na primeira missa da Venezuela há mais de 500 anos e uma sorveteria que consta no livro Guinness de recordes como a que tem o maior número de sabores de sorvetes disponíveis. Mérida foi o ápice de nossa viagem.

A partir desta cidade iniciamos o retorno por caminho parcialmente diferente ao da ida e com atrações como pontes, lindas cascatas e paisagens diversas das observadas antes.

Novamente passamos pela Gran Sabana, onde queríamos visitar Salto Angel, considerada a maior queda de água do planeta. Não foi possível, devido à indisponibilidade de vôos e, estrada não existe.

O avião leva até um vilarejo, onde os índios transportam os visitantes de barco até próximo ao salto, seguindo-se caminhada até a base do mesmo. De volta a Santa Helena, Venezuela e Pacaraima, novamente estamos em solo brasileiro. Rodamos cerca de 4.600 quilometros na Venezuela e gastamos o equivalente a R$ 20,00 de combustível.

O primeiro abastecimento no Brasil custou mais que o dobro. Revimos conhecidos da ida em Pacaraima, fiz regulagem e limpeza do carburador da XT e partimos à Boa Vista”. Na foto, a entrada da ponte sobre o Lago de Maracaíbo. A aventura continua.