Mais um segredo revelado. A montadora indiana Mahindra, que participou do 24.º Salão do Automóvel de São Paulo, encerrado no último domingo, firmou acordo com o grupo brasileiro Bramont. Seu investimento para produzir seus modelos no País deve ser de US$ 15 milhões.
A produção deverá começar em meados de 2007 com um índice de nacionalização de 20% e chegará a 80% em dois anos. Inicialmente serão usadas as antigas instalações da Crosslander em Manaus, capital do Estado do Amazonas. A empresa romena acabou fechando por causa de desentendimentos entre os sócios brasileiros e americanos. Hoje, a Bramont monta motos e "scooters" no local, mas já adquiriu uma área vizinha de quase 100.000 m².
O "mix" de produção programado será de 60% do SUV e 40% de picapes de cabines simples e duplas por preços bastantes competitivos no mercado brasileiro, com estimativa de 2.500 unidades/ano distribuída numa rede de 25 concessionárias. O SUV custará R$ 85.000,00; a picape cabine simples, R$ 72 mil; e a cabine dupla, R$ 75.000,00. Há planos de exportação para a América Latina. O modelo exposto no Salão foi o Scorpio, igual ao exibido recentemente no Salão de Paris. Mas no Brasil será comercializado como Mahindra SUV numa intenção de tornar conhecida a marca.
Com quase dois metros de altura, o SUV possui linhas algo rústicas. Utiliza suspensão independente na dianteira e por eixo rígido e "multilink" de cinco braços na traseira. O motor turbodiesel de fabricação própria de 2,6 litros desenvolve 112 cv, enquadrado na legislação de emissões Euro IV obrigatória no Brasil a partir de 1.º de janeiro de 2009. O sistema de tração 4×4 é acionado por comando elétrico.
A linha Mahindra é exportada para alguns países da Europa, entre os quais Espanha, Itália, França e Sérvia, além da África do Sul. O grupo indiano mantém operação de montagem no Uruguai, de um modelo mais antigo (Cimarrón) e em escala muito pequena, bem como uma modesta atividade industrial de tratores nos EUA.
Segundo José Oliveira Neto, diretor-comercial da Bramont, foi desenvolvida uma operação eficiente para ganhar competitividade nos mercados brasileiro e latino-americano. Sanjeev Mohoni, vice-presidente de operações externas da Mahindra, que esteve no estande da empresa, no Salão do Automóvel de São Paulo, reconheceu a importância de se instalar no país pelo tamanho do mercado e se preparar para futuro acordo bilateral de comércio entre Brasil e Índia.
