A proliferação dos quebra-molas, também conhecidos por lombadas, é um dos maiores embaraços ao nosso trânsito. Comenta-se que se trata de uma iniciativa brasileira, introduzida no começo dos anos “80 em Curitiba.
Mas sua origem, de fato, é inglesa e raramente utilizada por seus criadores. Lá e em outros países existe uma espécie de plataforma de poucos centímetros de altura e largura superior ao comprimento de um veículo para travessia de pedestres. Na Inglaterra também usa-se o quebra-mola inflável, ligado a um prévio sensor de velocidade bem sinalizado. Nos EUA, pequenas ondulações quase imperceptíveis alertam, em poucos locais, sobre áreas de alto risco para pedestres.
Em nosso País estes “calombos” artificiais foram proibidos pelo novo Código de Trânsito Brasileiro, desde 1997. Entretanto, uma resolução posterior do Contran decidiu regulamentar com rigor o seu uso, tratando-os como exceção. Não se poderia construí-los em vias de tráfego rápido ou de grande volume de circulação ou mesmo onde circulam ônibus. Além disso, estabeleceu claramente suas dimensões, digamos, civilizadas, além da sinalização prévia e sobre o próprio obstáculo. Trata-se de mais uma lei que não pegou. Deveria de ser reformado ou demolido tudo que estivesse em desacordo com a lei.
Há argumentos contrários. Inúmeros acidentes já foram causados por esses obstáculos, à noite ou mesmo de dia, pela sinalização inexistente ou desgastada. Ambulâncias e veículos de combate a incêndio perdem preciosos minutos em emergências.
O prejuízo com a diminuição da vida útil de freios, pneus e componentes de suspensão é incalculável. Os automóveis precisam ser mais altos, advindo diminuição da estabilidade, aumento no consumo de combustível e mais poluição, pois a reaceleração piora as emissões. Sem contar perdas aerodinâmicas e de estéticas com as partes baixas visíveis.
Em recente teste pelas ruas de Florianópolis (SC), jornalistas enfrentaram 90 quebra-molas num roteiro de menos de 50 quilômetros. Os meios servem de justificativas para os fins. Para tudo se inventam quebra-molas. O exagero desmedido está minando o objetivo de segurança viária.