Qualquer pisada no acelerador, mesmo que leve, já faz o hot rod do empresário Orlando Souza Franca, 36 anos, cantar os pneus. Não é pra menos, já que o carango é muito leve, inteiro feito em alumínio. Orlando fabricou 100% do hot na chácara onde mora, em Piraquara. Para isto, chegou até a fabricar algumas máquinas. Montou desde o chassi até os detalhes.
Orlando conta que se inspirou num programa de televisão americano, que mostrava um hot de alumínio sendo montado. O empresário viu que o material usado era semelhante aos que ele tinha em sua empresa de calhas. “Projetei, adaptei daqui e dali e em seis meses ficou pronto”, diz Orlando, que gastou R$ 135 mil, contando inclusive os maquinários que construiu.
A única coisa que não é de alumínio no carango é o chassi, que ele fez em aço, o motor e alguns acabamentos e acessórios. O carro todo pesa 800 quilos, mais leve que um carro popular pequeno, que geralmente varia de 850 a 1.300 quilos. Só a carroceria, em si, pesa 150 quilos. Já o conjunto motor, câmbio, jogo de rodas e pneus pesa 500 quilos. “Antigamente, para se produzir um hot, ou o cara tinha que ser muito rico, pra importar tudo, ou tinha que começar adaptando um Opala, um Maverick, entre outros carros. Hoje tudo é muito mais fácil. Usando a criatividade, dá pra montar um hot 100% brasileiro”, contou empolgado.
Montagem
A primeira coisa que Orlando fez foi a produção do chassi. Depois disto, foi montando o restante da estrutura, uma réplica do Ford 1929. Na suspensão, ele usou amortecedores do Ford 29 e a barra de torção do Fusca, que funcionou muito bem ao projeto e, quem sabe, vale uma matéria à parte no futuro. O teto é rebaixado e foi preciso colocar um prisma na parte de dentro do vidro dianteiro, para que o motorista possa enxergar placas altas e sinaleiros.
O motor é o Chevy 350, que ainda é fabricado zero quilômetro pela GM nos Estados Unidos e foi importado, assim como o câmbio, a carburação e a injeção quadrijet. Este motor é o que serviu o Corvette e o Camaro, na década de 70, e prova que ainda faz muito sucesso, dando vida a uma grande parte dos projetos de hot rod mundo afora. O empresário não quis mexer no motor, que mantém seus originais 290 cavalos.
A transmissão, modelo TH350, é automática. O diferencial é um Dana, que serve as atuais caminhonetes Ranger. Já a coluna, as pedaleiras, os painéis, retrovisores e alguns outros acessórios foram feitos por uma empresa especializada em São Paulo. Outra coisa mandada fazer fora são as marcas “Ford”, prensadas na tampa da caçamba e nas laterais. Aliás, falando em laterais, o hot já teve pára-lamas nas rodas traseiras. Mas Orlando não gostou do resultado visual e as tirou fora. A caçamba foi forrada com madeira e transporta o tanque de gasolina. As rodas são de competição e os pneus traseiros são da Pajero Full.
Hoje, dia em que o hot de Orlando é destaque no JA, ele estará em Águas de Lindóia (SP), participando de um encontro de carros clássicos. A paixão por carros customizados acabou ficando tão grande, que não foi somente o hot de alumínio que o empresário montou. Além de outro hot que ele possui, também comprou um motorhome, para poder viajar nos eventos especializados, uma carreta, para levar o hot atrás do motorhome, e um cavalo de caminhão, onde pretende montar uma pequena cegonha. E ele não pára por aí. “Ter uma cegonha pra andar só com dois carros em cima não dá né. Vou ter que produzir mais carros pra encher a cegonha”, brinca o empresário.
Marco André Lima |
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Veja na galeria de fotos e vídeo o carro. |
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