Mesmo sem as formas ousadas e únicas da primeira versão (criadas pelo estilista francês Claude Lobo), o novo Ka repete, de certa forma, o impacto que causou a chegada do seu antecessor, anos atrás. Desta vez a Ford optou pela racionalidade, em lugar da ousadia. Uma aposta importante, cuja acolhida pelo público pode ser determinante no futuro da montadora no Brasil.
A mudança no Ka foi tanta que a Ford resolveu classificar a nova versão como 2009, mesmo tendo feito seu lançamento para a imprensa em dezembro de 2007. Concebido 100% por engenheiros brasileiros, o novo compacto da Ford chegará às concessionárias da marca somente em fevereiro de 2008, com preço inicial sugerido de R$ 25.190,00.
O comentário que se ouvia na apresentação é que este é um ?outro carro?. O novo Ka ficou maior e melhor com o novo visual. Na dianteira o que chama a atenção são os faróis, maiores e mais sofisticados. E sua traseira chama a atenção porque perdeu as linhas simples que tinha e ganhou contornos mais requintados. Seu desenho, mais atual, ganhou boa dose de esportividade. E poderá ser adquirido com motor 1.0 ou 1.6, ambos flexíveis.
Com linhas esportivas, espaço para cinco ocupantes e preço inicial pouco acima dos R$ 25 mil, o compacto Ka fez sucesso ao longo do ?test drive? oferecido aos jornalistas pela Ford. Vários motoristas aproveitaram os trechos congestionados por onde passamos em nossa rápida avaliação, para olhar o modelo. O trânsito pesado da capital paulista até ajudou em parte a avaliação. O Ka 1.0 avaliado pelo JA mostrou comportamento satisfatório em baixos giros. Como ocorre com todos os carros equipados com motor de 1 litro, a aceleração do Ford caminha sem pressa até cerca de 2 mil rpm.
Em trechos mais livres de nosso percurso, deu para sentir que ele aceita bem trocas de marchas quando o giro está na casa das 3 mil rpm. Mas o ideal para não perder o embalo é movimentar a alavanca de câmbio dos 4 mil giros em diante. Aí as respostas se mostraram mais consistentes. O câmbio é bom, com engates suaves por conta do acionamento por cabo.
Seu volante tem boa empunhadura e responde bem aos comandos, mesmo sem a assistência hidráulica. A posição de dirigir agrada, enquanto a visibilidade melhorou sensivelmente com a posição do vidro traseiro, agora mais amplo e menos inclinado. O conforto de rodagem agrada. Firme, a suspensão é boa para manter a estabilidade em curvas, mas acaba transferindo um pouco o impacto que os pneus sofrem quando passam por buracos.
Durante a apresentação, a Ford anunciou que este carro nasceu para ser líder. Exagero ou não, os dirigentes da montadora afirmaram que ele vai disputar o mercado com gente de peso como Gol, Palio Fire e Celta. A vantagem é que o carro tem de série, desde a sua versão de entrada, travas nas portas, pára-choques pintados na cor do carro, abertura do porta-malas no painel, travamento automático após 15 km/h e preço competitivo. (BN)
Ficha técnica
Carroceria:
Hatch monobloco de 3 portas
Capacidade de: 5 passageiros
Coeficiente aerodinâmico: 0,385
Modelo 1.0 L
Motor: RoCam 1.0 L Flex
Número e disposição dos cilindros:
4 em linha/ transversal dianteiro
Diâmetro do cilindro: 68,68 mm
Curso dos êmbolos: 67,40 mm
Deslocamento volumétrico (cilindrada): 1,0 L (999 cm³)
N.º Válvulas por cilindro: 2
Taxa de compressão: 12,8:1
Combustível: álcool/gasolina
Desempenho gasolina/álcool
Potência (cv/rpm):
70,0 (@ 6.000) 73,0 (@ 6.000)
Torque (Nm/rpm):
88 (@ 4.750) 92 (@ 4.750)
Aceleração 0 a 100 km/h: 15,7 s; 15,5 s
Velocidade máxima: 157 km/h; 160 km/h
Transmissão: IB5, manual
Número de marchas: 5 à frente e 1 ré