A indústria automobilística brasileira corre o risco de desatualizar-se e perder competitividade se persistir a estagnação do mercado interno e a falta de retorno para os investimentos realizados no País. O alerta é do engenheiro Rogelio Golfarb, novo presidente da Anfavea, em entrevista dada à imprensa no dia 19 do corrente, em São Paulo.
A nova diretoria da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea -, tomou posse no último dia 19, em solenidade no Palácio dos Bandeirantes, que contou com a presença do governador Geraldo Alckmin e dos ministros Luiz Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e Roberto Rodrigues, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Rogelio Golfarb disse que após seis anos de mercado interno em queda, caindo perto de 2 milhões de veículos em 1997 para 1,43 milhão de unidades em 2003, a indústria automobilística tem afetada a sua sustentabilidade por falta de lucratividade nas vendas internas. Como é um setor que exige contínuos investimentos para manter-se atualizado e competitivo, essa situação pode levar à desatualização de plantas industriais e de produtos, com sérios riscos de perda de modernidade e competitividade, arduamente conquistadas pelo setor a partir de investimentos de US$ 27 bilhões entre 1994 e 2003.
Golfarb afirmou que o setor pretende discutir com o governo e com outros segmentos da economia uma política de longo prazo que permita o desenvolvimento estável e sustentado do mercado e da produção automotiva.