Importados chegam no Brasil com preço reduzido

O impacto das mudanças nas regras de importação de veículos, por conta do programa Inovar-Auto, está mexendo com a tabela de preços de algumas marcas. Beneficiadas com a redução de tributos sobre seus importados após serem habilitadas no novo regime automotivo brasileiro, empresas que têm carros vindos de fora em seu portfólio repassaram esse desconto ao preço final de seus produtos.

Uma das primeiras a rever a tabela foi a BMW. A futura fábrica em Araquari (SC) rendeu à marca bávara benefícios fiscais do governo e, por consequência, ela promoveu uma redução média de 14% no preços. “Agora é possível encontrar um BMW abaixo de R$ 90 mil”, diz Ricardo da Cunha Pereira, diretor do Grupo Euro Import, que representa no Paraná as marcas BMW, MINI, Land Rover e Jaguar. Ele se refere ao modelo de entrada 116i, cujo preço caiu de R$ 104.950 para R$ 89.950.

Segundo o executivo, o movimento nas lojas cresceu nos últimos dias e começaram a aparecer consumidores que ainda não eram clientes da marca. “Todo dia vejo modelos como (Honda) Civic e (VW) Jetta colocados na troca para a compra de um BMW”, observa. A maior queda de preço foi verificada no Série 6. A marca tirou do catálogo o 650i Gran Coupé , antes vendido por R$ 577.200, e pôs a versão 640i, que sai por R$ 399.950 diferença de R$ 177,2 mil.

Os descontos também foram aplicados aos carros da MINI, marca controlada pela BMW. A média ficou na casa dos 5%. Na linha Cooper, por exemplo, a versão S custa R$ 99.950, contra os R$ 105 mil anteriores. O modelo de entrada One também teve a tabela reajustada, porém para cima. Segundo a empresa, o preço do carro estava defasado desde o ano passado. Subiu de 69.950 para R$ 74.150.

A Chrysler é outra que já atualizou os valores após a adesão ao Inovar-Auto. A queda chegou a R$ 20 mil, como é caso do Jeep Cherokee Sport de R$ 119,9 mil para R$ 99,9 mil (17%). A Toyota cortou R$ 15 mil no preço do sedã Camry, importado do Japão, De R$ 161 mil baixou para R$ 146 mil. A divisão de luxo da marca, a Lexus, também reduziu o preço sugerido do utilitário esportivo RX 350, de R$ 298 mil para R$ 255 mil.

A Mercedes-Benz foi aprovada há poucos dias. O modelo mais barato da marca alemã, o Classe B 200, é encontrado por R$ 104,9 mil, após uma redução de 9,49%. O C 180 Turbo, o carro mais vendido pela Mercedes no Brasil, teve queda no preço de 12,8% e hoje é negociado por R$ 121,9 mil.

O abastado comprador de um Panamera Turbo S economizará R$ 200 mil em relação ao preço do mês passado. O esportivo de luxo da Porsche caiu de R$ 1.149.000 para R$ 949.000 redução de 17,4%. Já o 911 Carrera S foi de R$ 639 mil para R$ 549 mil (queda de 16,9%).

Cota

Recentemente, a Audi foi incluída no programa e agora poderá importar 3.876 unidades por ano sem a cobrança dos 30% do IPI. Mas isso pode não significar redução imediata dos preços, já que a marca tem previsão de trazer cerca de 7 mil unidades até o fim do ano.

Surpreso

A economia de R$ 20 mil fez o curitibano Marcelo de Resende, 43 anos, adquirir um BMW 320i e, uma semana depois, arrematar um roadster Z4. Foram cerca de R$ 10 mil de desconto para cada modelo. Interessado pelo sedã alemão, ele foi à loja Euro Import (Seminário), na capital, com o preço da tabela vigente antes do reajuste em mãos. Resende não sabia da redução promovida pela marca após ela obter benefícios tributários com a adesão ao Inovar-Auto. Por isso, ficou surpreso quando o vendedor lhe informou a condição mais atraente. “Acabei levando o BMW 320i e, devido ao desconto, dias depois decidi colocá-lo na troca por um Z4”, revelou. O sedã de luxo já voltou para a loja e logo Resende levará para casa a nova aquisição. Se os preços permanecerem estabilizados, como prevê o novo regime automotivo, o cliente da marca bávara pretende atualizar a sua garagem novamente no prazo de dois anos.

Inovar-Auto


O que é:
Programa de Incentivo à Inovação Tecnol&oa,cute;gica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores. Ele foi decretado no dia 3 de outubro de 2012 pelo governo federal e se estenderá até 2017. As empresas ganharam mais dois meses (o prazo acabaria em 31 de março) para se habilitar provisoriamente ao programa.

Benefícios: O regime prevê um desconto de até 30% no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para as empresas que, entre outros requisitos, estimularem e investirem na inovação e em pesquisa e desenvolvimento dentro do Brasil. Também determina quantos carros uma marca pode importar de acordo com seus investimentos.

Adesões: Com pouco menos de três meses de implementação, já são 37 as empresas que aderiram ao programa, de um total de 47 que solicitaram a homologação. A previsão de investimento das montadoras até 2017 é de 5,5 bilhões, com aumento da produção dos atuais 3,3 milhões de automóveis em 2012 para mais de 4 milhões.

Reflexos: Para se adequarem à nova regulamentação, algumas marcas apresentaram projetos para construção de fábricas no país. Casos da Chery (Jacareí-SP), JAC Motors (Camaçari-BA), Nissan (Rezende-RJ) e BMW (Araquari-SC). A Mitsubishi anunciou que produzirá por aqui o Lancer e o ASX, atualmente importados. Já a Audi informou que poderá fazer uma fábrica no Brasil ou ainda usar a planta da Volkswagen, em São José dos Pinhais (PR), para produzir provavelmente o novo A3.

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