Se hoje o Paraná tem governador – Beto Richa – que pilota carros de corrida em competições de longa duração, na década de 1950 havia outro – Moisés Lupion – que, não pilotava, mas, recebia em palácio, com todas as honrarias, pilotos de carreteira que se destacavam em competições locais ou há 56 anos, nos dias 24 e 25 de novembro de 1956, na pista antiga do Autódromo de Interlagos/SP, acontecia a I Mil Milhas Brasileiras, que se configurava como a competição automobilística que seria a mais importante da América do Sul, reunindo pilotos e carros de todo o país e como não poderia deixar de ser, do Paraná, reduto de muita gente boa nesse assunto na época.
Entre as duplas paranaenses presentes lá estavam Euclides Bastos, de Curitiba – o famoso Perereca, pioneiro das carreteiras aqui – e outro “cobra” do volante, de São José dos Pinhais – Germano Schlögl, para enfrentarem com um Ford 1940 cupê, número 86, motor de Ford F-600, dupla carburação, preparado pelo experiente Jorge Ribeiro, os mais aguerridos pilotos do país numa maratona que chegava a durar 17 horas ininterruptas. Pela cronometragem, foram classificados em quarto, mas, pelas contas da equipe, chegaram ao final da prova em terceiro lugar. Mas, o que queremos mostrar hoje aos nossos leitores, além de foto dessa corrida histórica, são flagrantes da retumbante recepção que o povo de Curitiba e de São José dos Pinhais ofereceu aos pilotos da terra quando do retorno deles, com flores, bandeiras, foguetório, entrevistas de radio e jornal, carreata, festa geral.
Na capital, houve carreata pela avenida Cândido de Abreu até o Palácio Iguaçu. Em São José dos Pinhais, até alunos de escolas saíram às ruas para saudar Germano. Nas fotos, uma carreteira Jaguar n.º 36, outra com rodas raiadas n.º 80 e atrás, por dentro, a n.º 86, disputando curva interna do circuito; na outra, em pleno Palácio, o governador Lupion e sua esposa senhora Hermínia, ao centro Perereca com uma taça e seu neto Edson Vercesi, à esquerda Germano com outra taça e seu filho menor, à direita Jorge Ribeiro e autoridades; na terceira, em São José, a carreteira, as taças, bandeiras do Brasil e do Paraná, “corbeille”, os pilotos, filhos, netos e o povo.