Honda da Amazônia terá uma missão complexa

Com a chegada da linha 500cc ao Brasil onze meses depois de sua apresentação mundial no Salão de Motos de Milão 2012 (Itália), a Moto Honda da Amazônia terá uma complexa e arrojada missão pela frente. Atrair os motociclistas que querem fazer o upgrade natural de uma 250/300cc para uma moto de maior capacidade cúbica; conquistar clientes de outras marcas em função do custo/benefício de seus novos produtos, além de seduzir o público feminino, que desejava uma moto mais dócil que a radical CB 600F Hornet. Junte a tudo isso um produto moderno fabricado em Manaus (AM) e que tem a maior rede de concessionária do país.

Assim, de uma tacada só, a Honda apresentou no Salão Duas Rodas em São Paulo sua nova linha de 500cc, formada pela naked CB 500F, pela superesportiva CBR 500R e pela crossover CB 500X. Os modelos, que chegarão ao consumidor de forma escalonada, compartilham o mesmo chassi, motor e ciclística. Estratégia largamente utilizada pela indústria automobilística para reduzir custos de produção. A naked CB 500F chegará às concessionárias da Honda agora em outubro e seu preço público sugerido já foi anunciado: R$ 22.000 (versão standard) e R$ 23.500 (com freios ABS).

Mesmo conjunto

Para obter sucesso com a linha 500, a Honda focou seus esforços em seis pilares: conforto, versatilidade, fácil condução, custo/benefício, design moderno, além de bom desempenho. As novas CB 500F, CBR 500R e CB 500X chegam ao mercado compartilhando a mesma base: chassi em aço, do tipo Diamond, com dupla trave superior; motor bicilíndrico, quatro tempos de 471 cm3 e 50,4 cv potência máxima. E os pistões são forjados em liga de alumínio, ou seja, semelhantes aos utilizados na superesportiva CBR 600RR.

Na parte ciclística, a família recebeu o tradicional garfo telescópio na dianteira (120 mm de curso) e, na traseira, a suspensão monoamortecida do tipo Pro-Link (109 mm de curso), que oferece nove níveis de regulagens da pré-carga do amortecedor (isso nas versões CB 500F e CBR 500R). Claro que na versão mais aventureira, a “X”, o curso de suspensão e o ângulo de cáster serão maiores.

Também em comum aos modelos é o painel de instrumentos. As informações são passadas ao motociclista em mostrador digital: velocímetro, conta-giros, relógio, hodômetro (total e parcial), medidores de consumo de combustível instantâneo e média, além de indicadores de diagnóstico do motor. Além disso, todas as versões receberam rodas em alumínio fundido calçadas com pneus de medidas 120/70 ZR-17 na frente e 160/6 ZR-17 na traseira. Apesar de a linha ter sido concebida por meio de soluções que buscam eficiência e economia, faltou um pouco de ousadia da marca na criação do desenho do escape. Muito simples para uma família tão radical.

Expectativas de mercado

Em grande estilo, a Honda marca seu retorno no segmento de média-alta cilindrada apostando no crescimento do mercado acima de 451cc e também na diversidade e no gosto de cada motociclista. Incluindo as três versões da nova família 500, a expectativa da marca é comercializar – até 2016 – um volume superior a 30 mil unidades/anuais e dominar 50% do segmento de média-alta cilindrada no mercado nacional.

No primeiro ano, a Honda acredita que irá vender 6.000 unidades CB 500F, número bastante conservador, já que a CB 600F Hornet, moto equipada com motor de quatro cilindros em linha e 102 cv de potência máxima, vendeu 4.279 unidades em 2012. Este ano (de janeiro a setembro) já foram comercializadas 3.257 unidades. Há uma diferença substancial de preço entre a 500 e a 600cc da Honda. A Hornet custa entre R$ 31.990 (Standard) e R$ 34.990 (C-ABS), bem acima da nova naked de 500cc.

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