Honda CR-V é bom na estrada e na cidade

O Honda CR-V avaliado pelo Jornal do Automóvel faz parte da segunda geração do modelo que está há dois anos no Brasil. Chega ao mercado mais bonito do que o da geração anterior.

É um utilitário esportivo que chega ao mercado com estilo mais agressivo, porém mais jovial. O Honda CR-V impressiona por exibir certa sofisticação e conforto. O assédio ao modelo é escandaloso. Todos perdem a pose ao perguntar sobre o Honda CR-V nas ruas. A primeira pergunta é sobre o preço, para ver se é um sonho possível.

O Honda é alto, encorpado, “musculoso” e relativamente sofisticado, e passa a imagem de ser um utilitário-esporte mais afeito a “desfiles” do que propriamente para aventuras. O modelo é mais voltado para o uso diário, sem grandes arroubos “off-road”, mas trata-se de um modelo valente, bem-disposto e confortável.

Na dianteira, os faróis antes trapezoidais foram substituídos por conjuntos com lentes triangulares. E os piscas, antes “separados”, agora estão integrados ao conjunto. O pára-choque perdeu as formas um tanto retas presentes no modelo antecessor e ficaram com aspecto “bicudo”.

Por fim, a grade frontal, antes discreta e recheada de aletas horizontais, agora ficou maior e conta com uma grossa barra horizontal cromada com um grande “H” incrustado ao centro. Na traseira as novas lanternas, instaladas nas colunas, foram alongadas e agora apresentam duas “seções” em vez de uma. E, como o dianteiro, o pára-choque traseiro ficou mais “gordinho”.

Por dentro, volante e painel de instrumentos ganharam novos desenhos. O habitáculo ostenta uma adequada pitada de modernidade. A alavanca de marchas se projeta a partir do painel e permite a troca sem que se afaste a mão do volante. E o comando do freio de estacionamento passou para o painel frontal, bem ao alcance das mãos do motorista, na forma de um “joystick”, mas o botãozinho que o destrava é incômodo e parece frágil.

OLHO CLÍNICO

Por dentro o CR-V recebe bem os ocupantes. O espaço interno é amplo, acomoda cinco pessoas sem apertos, com espaço de sobra para pernas e cabeças. Para o motorista, o CR-V oferece posição de dirigir satisfatória, com todos os comandos ao alcance das mãos e dos olhos.

Mas escondido sob o capô, o CR-V conta com uma unidade propulsora feita em alumínio com quatro cilindros em linha, 2,4 litros, 16 válvulas e duplo comando de válvulas. Esse motor ainda conta com um sistema de variação de válvulas na admissão que aumenta a faixa de torque.

O resultado final são 156 cv de potência a 6.000 giros e 22 kgfm de torque a 3.600 giros. Dispõe de uma transmissão automática de quatro marchas com “overdrive”. A tração é a chamada “real time” e é acionada automaticamente quando alguma das rodas traseiras patina. Mas não existe opção de reduzida.

Na cidade o CR-V se comporta como um carro de uso diário. Confortável e fácil de guiar. Na estrada, o utilitário permite que se viaje com comodidade e tranqüilidade, sem sobressaltos. Em trechos de terra, areia ou lama, o CR-V dá conta do recado com a tração 4X4 entrando automaticamente. Se você tem fazenda ou um sítio cheio de trilhas, valas e percurso “light” em estradas de lama, esse “jipe” da Honda não vai lhe decepcionar. O “susto” mesmo vem na hora de abastecer: o CR-V apresentou a elevada média de 5,4 km/l. Aí, pesa no bolso. (BN)

Cilindrada (cm3) 2.354

Taxa de compressão 9,6:1

Potência máxima (cv/rpm) 156 a 6.000

Torque máximo (kgfm/rpm) 22 a 3.600

Câmbio automático de 4 marchas à frente e uma à ré com alavanca posicionada no painel frontal