No agitado mercado de picapes médias, mais uma vez a Toyota marca presença com a nova Hilux equipada com motor diesel. A Hilux domina 50% do ramo dos picapes com motor diesel no Brasil. Em 2010 a montadora vendeu mais de 30.000 unidades do veículo nessa configuração.
Apesar dos bons números de venda, para não perder mercado a Toyota criou uma nova versão de sua picape. Assim a Hilux ganhou nova grade frontal, molduras de caixas de rodas mais avançadas e um novo padrão de cores para as lanternas. Na cabine a novidade -somente para os modelos SRV- é o sistema multimídia com tela “touch screen” no painel com reprodutor de CD e MP3, além de entradas auxiliar e USB. O equipamento, porém, não tem GPS. Mas a montadora prepara para o primeiro trimestre do ano que vem o lançamento da picape, enfim, com motorização flex.
Durante sua apresentação em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, o Jornal do Automóvel teve oportunidade de dirigir uma picape com a configuração mais completa, a SRV Top com cabine dupla, dotada de motor 3.0 16V turbodiesel de 163 cv de potência a 3.400 rpm e torque máximo de 35 kgfm entre 1.400 rpm e 3.200 rpm, tração 4×4 por demanda e câmbio automático de quatro marchas. Pode parecer muita potência, mas a faixa de torque é bastante plana, e a picape é bem pesada: 1.935 kg.
O ambiente interno se esforça para passar uma sensação de modernidade, mas há peças de visual e concepção datados. A grande novidade, a tela “touchscreen” de uso multimídia, é ilegível durante o dia, e a imitação de metal que a envolve deixa a desejar. Ele é inclinado para o alto e não há nenhuma espécie de para-sol na parte superior, por isso quando se dirige com o sol a pino à frente do veículo não é possível enxergar absolutamente nada na bendita tela. Além disso, o novo item não combina com os mostradores (relógio e temperatura) de cristal líquido logo acima do equipamento. Eles, ao menos, são visíveis.
Internamente há muito espaço e conforto para quatro pessoas. O revestimento em couro (bancos e portas) é de qualidade, o volante tem boa empunhadura (mais fino, deve agradar às mulheres), a posição de dirigir é excelente (o banco tem ajuste elétrico) e o sistema de ar-condicionado é eficaz. A rodagem da Hilux é quase sutil. Trafegamos apenas em asfalto, num trajeto que alternou retas, trechos sinuosos, aclives e declives. O conjunto direção/transmissão da Hilux opera de modo suave, controlando o bom torque oferecido pelo propulsor turbodiesel logo na saída.
Certamente a nova Hilux vai continuar entre as mais vendidas do segmento, como vinha acontecendo. Mas não acreditamos que seus compradores paguem a bagatela de R$ 141.920,00 para colocá-la na lama ou em trechos alagados. Mas como tem louco pra tudo.
Veja na galeria de fotos a Picape. |
Veja na galeria de fotos a Picape.