Os automóveis da marca Citroën, modelos entre 1948 a 1951 e importados pelo Brasil, carregavam a seguinte fama entre automobilistas: eram imbatíveis nas curvas e difíceis de capotarem (os “playboys” da época, em suas badernas de rua, tentavam fazer o carro capotar) e, por outro lado, perdiam uma das rodas frontais quando menos se esperava.
Ressalte-se que esses carros possuíam tração dianteira. Muito bem. Waldemiro Lopes da Silva, o Galalau, com toda sua experiência como mecânico e piloto de corrida, afirma que realmente o Citroën era excelente nas curvas (barras de torção, tração dianteira, perfil baixo) e tanto é que nem as carreteiras com seus motores Ford V8 conseguiam superá-lo nesses pontos.
“O que o meu carro perdia nas retas por ter motor menos potente que os Ford – diz o ex-piloto – recuperava nas curvas.” Agora, quanto ao fato da roda cair, a causa era, por desconhecimento da mecânica desse carro, o não aperto adequado da porca principal, a fim de facilitar a retirada daquela posteriormente. S
egundo Galalau, o não aperto certo dessa porca causava a quebra da chaveta de segurança e então a roda ficava solta e caía. “Nunca caiu uma roda do meu Citroën – acrescenta – nem mesmo nas piores corridas.”
Depois de aposentar o modelo 1948, Galalau comprou, na Agência Citroën, de propriedade de Moura Britto, em Curitiba, um modelo 1951 e logo preparou-o e colocou-o nas corridas.
Numa corrida no chamado Circuito do Asilo (Asilo Nossa Senhora da Luz, em Curitiba) a Casa Ambrósio lhe cedeu 4 pneus novos, enquanto que Udo e Amilton Heller, proprietários de posto de gasolina na Avenida Vicente Machado, forneceram o combustível.
Eram os “patrocinadores” da época. Com este carro disputou provas na cidade de Joinville/SC, participou de três corridas entre Curitiba e Ponta Grossa, correu no Circuíto do Tarumã, entre outras pistas.
“Nunca venci uma prova. Numa corrida no Circuíto do Tarumã, eu estava em primeiro lugar, mas, ao desviar de pessoas que invadiram a pista, acabei batendo o carro e parando. Numa prova de 200 quilometros por estrada de chão, até Ponta Grossa, no retôrno eu estava em segundo lugar, atrás apenas da carreteira de Paulo Buso. Uma biela quebrada ocasionou a quebra do bloco do motor também e foi o fim da corrida para mim.” Na foto, Galalau (8) arrancando ao lado do Volvo 1951 (86), no Tarumã. A história continua!
Dia do Ford A
No dia 26 deste mês será comemorado o Dia Internacional do Ford A, automóvel que teve 4.800.000 unidades fabricadas de novembro de 1927 a março de 1932, nos EUA.
Na oportunidade, o Clube do Fordinho/PR promoverá passeio de seus associados (dirigindo seus fordecos modelo A, é claro) desde Curitiba até Águas Dorizon, numa distância de 200 quilometros.
Segundo o antigomobilista curitibano Waldir Kunze, calcula-se que ainda existem no mundo cerca de 500.000 Ford A, a metade deles a ser restaurada. Mais informações sobre os citados clube e passeio: www.clubedofordinhopr.com.br. Na foto, modelos do Ford A pertencentes a antigomobilistas curitibanos.