O Fusca começou a ser montado no Brasil em 1951, pela empresa Brasmotor.

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No dia 3 de janeiro de 1959 saiu da linha de montagem o primeiro Fusca fabricado no País.

Portanto, é comemorada a passagem dos 50 anos de fabricação do veículo no território nacional, motivo de orgulho para os seus proprietários, sobretudo dos modelos mais antigos.

Ao longo desse período, seja na sua totalidade, seja na sua carroçaria, plataforma e principalmente o motor, o “besouro” foi utilizado para mil e uma finalidades no tocante a veículos de terra, mar e ar.

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Aviões, barcos, motocicletas e mais uma infinidade de coisas já foram criadas com a utilização total ou parcial do Fusca. Sem dúvida, não existe no mundo outro automóvel que tenha servido tanto como matéria prima para a concretização de idéias de “gênios” da invenção.

Agora, podemos afirmar que, em Curitiba, existe apenas um Fusca cujo motor pode ser acionado com a utilização da famosa manivela, dispositivo que, no Brasil, é mais conhecido por causa dos antigos e populares Fordecos.

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Trata-se do Volkswagen Sedan, ano 1961, pertencente ao jovem antigomobilista João Olívio Ewert. Na verdade, esse Fusca do João Olívio conta com série de equipamentos por ele confeccionados e instalados, o que torna o automóvel diferente dos demais da mesma marca e modelo.

O pedal do acelerador, por exemplo, é do tipo carretel, dispositivo que equipava os Fuscas fabricados até 1958 e que torna a manobra de acelerar mais suave, exigindo pouca pressão do pé. Já a caixa de ferramentas, tipo maleta, possui o formato do próprio Fusca e por aí afora.

Mas o que mais chama a atenção nesse Fusca é a manivela de acionamento do seu motor, que pode ser retirada e guardada no porta-malas. Explica João Olívio que, desde 1938 até 1949, o Fusca vinha de fábrica com manivela, uma porca adequada ao encaixe da mesma na polia do motor, além dos orifícios de passagem pelo para-choque e saia.

Já a Kombi fabricada na Alemanha vinha com manivela até 1955. Posteriormente ela foi extinta e no Brasil nenhum Fusca foi fabricado com tal recurso, que òbviamente servia para substituir o motor-de-arranque em caso de pane neste ou no acumulador de energia elétrica.

João Olívio conseguiu as citadas porca e saia de um Fusca modelo 1949, além de fotografias de uma manivela original do veículo e lançando mão dos seus conhecimentos e criatividade, confeccionou a sua própria manivela.

“Fiz isso – diz ele – para que os donos de Fuscas conheçam melhor a história do automóvel, além do que a manivela é um tremendo quebra-galho no caso de acumulador descarregado. Por outro lado, o uso do dispositivo é motivo de curiosidade por parte dos aficcionados pelo Fusca, muitos dos quais sequer sabem da sua existência.”

O interessante disso tudo é que a manivela pode ser adaptada em qualquer automóvel Volkswagen, mas, desde que não o motor não possua ignição eletrônica. Ela é de fácil manuseio, uma vez que o motor Volkswagem refrigerado a ar é “macio” de virar.

Basta um toque e pronto, o motor está funcionando. Somente que, o manuseio da manivela requer conhecimento especial por parte do motorista, a fim de evitar acidente.

O motorista tem que se posicionar corretamente e aciona-la com a mão esquerda, a fim de evitar uma pancada nos braços, pernas ou mesmo na sua cabeça.

O fusqueteiro que quiser saber mais sobre o assunto, pode falar com o João Olívio nos encontros do clube Amigos do Volks, aos domingos à tarde, na Avenida das Torres. Quem tem manivela não fica na ruela por causa de bateria!