A Ford decidiu beliscar também o segmento ‘aventureiro urbano’ e lança o Ka Trail. A versão exibe a tradicional roupagem fora de estrada, acompanhada de ajustes na suspensão para valorizar quem curte uma escapada leve do asfalto.

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O modelo já está nas lojas para test drive e sua venda oficial começa a partir de 10 de abril por R$ 47.690 na motorização 1.0 3-cilindros, de 80/85 cv e 8,8/8,9 kgfm (gasolina/etanol) – R$ 4 mil mais caro que a versão de entrada SE.

Foto: Divulgação.

Também será oferecido com o propulsor 1.5 , de 105/ 110 cv e 14,6/ 14,9 kgfm, ao preço de R$ 51.950. A diferença na tabela pode ser diluída em um financiamento com entrada de 60%, no qual acrescenta-se R$ 59 em cada parcela das 30 mensais pedidas na troca de motor. Ambos administrados pelo câmbio manual de 5 marchas.

O nome Trail já foi usado pelo antigo ‘Fiestinha’ e, segundo a montadora, terá como principais concorrentes Chevrolet Onix Activ 1.4 (R$ 57.490), Renault Sandero Stepway 1.6 (R$ 58.220), Hyundai HB20X 1.6 (R$ 58.355), Toyota Etios Cross 1.5 (R$ 64.290).

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A marca deixou de fora desta briga o Fiat Uno Way 1.0 e 1.3 (R$ 42.970 e R$ 51.990) e o Volkswagen up! Cross 1.0 e 1.0 turbo (R$ 49.421 e R$ 53.513), alegando que não fazem parte do grupo que mais emplaca no país.

Foto: Divulgação.

Ao contrário dos rivais listados pela fabricante, o ‘aventureiro’ da Ford se posiciona numa faixa intermediária da gama (mais perto da versão de entrada do que da topo da linha) com o intuito de fisgar quem deseja embarcar no estilo, mas não pretende pagar muito mais que R$ 50 mil.

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Este universo representa 5% das vendas no mercado de compacto no Brasil, mas a Ford pretende superar tal índice dentro da marca, aproveitando a boa procura pelo Ka, que é o terceiro carro mais negociado no país.

Para tanto, a montadora aposta no preço e no ótimo comportamento da motorização 1.0, que representará cerca de 80% do mix de vendas do modelo.

Baseado na versão de entrada SE, o Ka Trail vem com rack de teto, molduras nas caixas de rodas, faróis de neblina, maçanetas e retrovisores na cor cinza, apliques nos para-choques e lanternas traseiras fumê.

As faixas decorativas que identificam a versão estão nas portas e na tampa do porta-malas.

Foto: Divulgação.

A cabine traz bancos de couro sintético e tecido, pedais de alumínio, soleira na porta, tapetes personalizados, ar-condicionado, travas e vidros elétricos, som com comando de voz e bluetooth e compartimento para o celular no painel (My Doc).

No entanto, ficou de fora vidros traseiros e retrovisores elétricos e volante multifuncional, sem contar a ausência do controle eletrônico de estabilidade, assistente de partida em rampa e multimídia Sync, itens que compõem a configuração mais cara, a SEL.

O corte de equipamentos visa deixar o preço ‘mais acessível’, porém compromete o custo-benefício do modelo.

Suspensão elevada se destaca

O diferencial do Ka Trail é o conjunto de suspensão, que passou por uma modificação. As molas e amortecedores foram recalibrados, a barra estabilizadora dianteira ficou maior e eixo traseiro, mais rígido.

A mudança elevou a altura livre do solo em 3,1 cm, chegando a 20 cm no total, melhorando assim a capacidade de imersão em 3 cm (alcança 45 cm neste quesito). Isso significa maior facilidade para superar enchentes e terrenos acidentados.

Melhorou ainda o conforto e o deixou o carro mais seguro para encarar buracos e desníveis na cidade. O vão livre maior possibilita superar lombadas mais altas mesmo com o carro carregado – o test drive pelas ruas do Guarujá (SP) foi realizado transportando quatro pessoas.

Foram adicionados ainda coxins de amortecimento para diminuir o barulho externo e pneus de uso misto aro 15 (Pirelli ATR 185/65 R15).

Foto: Divulgação.

Os ajustes na suspensão também deram um ganho na estabilidade do veículo em relação ao Ka ‘comum’, sem o balanço exagerado da carroceria nas curvas e em frenagens fortes.

Mas não espere um veículo com apetite para encarar obstáculos fora de estrada, como a Ford irá trabalhar na campanha promocional de lançamento. Ele não é um utilitário, como a marca também irá vendê-lo.

A avaliação foi feita apenas com o motor 1.0 – o 1.5 chegará um pouco depois às lojas – e mostrou um comportamento dinâmico muito parecido com o restante da linha. Apenas a ressaltar o funcionamento mais suave do motor 3-cilindros com a presença dos coxins hidráulicos.

O bloco 1.0 continua a mostrar mais vigor acima de 2.500 rpm e um consumo bem interessante conforme mostra a tabela abaixo:

Consumo

Versão Cidade* Estrada*
Ka Trail 1.0 8,8/12,5 km/l 9,9/14,3 km/l
Ka Trail 1.5 7,5/10,8 km/l 9,0/13,2 km/l
* Etanol/ gasolina.

Em resumo, como o consumidor do Ka Trail terá pouca pretensão de ser aventurar no fora de estrada, o modelo atende bem a proposta de rodar com mais segurança e conforto, especialmente em vias irregularidade comuns na cidade.

O que ele traz

Ka Trail 1.0

R$ 47.690

Ka Trail 1.5

R$ 51.990

Itens de série

Direção elétrica progressiva; alarme; travas elétricas; vidros dianteiros elétricos com função um-toque para o motorista; Isofix; volante com ajuste manual de altura; ar-condicionado manual; abertura elétrica do porta-malas; sistema My Connection com conexão bluetooth, porta-celular no painel (My Doc) e comandos de voz

Exclusivos da versão

Apliques em cromo acetinado nos para-choques; faróis com máscara negra; molduras nos faróis de neblina; protetores nas caixas de roda; barras longitudinais de teto; faixas decorativas identificando a versão nas portas e tampa do porta-malas; lanternas fumê; maçanetas e capas dos retrovisores em cinza fosco; rodas de liga leve de 15 polegadas escurecidas e calçadas por pneus de uso misto; bancos revestidos em vinil e faixas em couro sintético; costuras nos assentos pespontadas nas cores verde escuro, verde claro e laranja; elásticos nas laterais dos bancos que servem como porta-copos; soleiras com o nome da versão; pedais em alumínio escovado e borracha; e tapetes personalizados.