Ex-piloto Haroldo Guimarães Bastos Vaz Lobo deixou saudades

“Saudades e lembranças podem parecer sinônimos. Idéia igual, mas, diferente no sentir. Lembrança é da memória, saudade é da alma. Lembranças surgem com um cheiro de gasolina ou aroma do suave perfume do homem cheiroso, com um ronco de motor com o escape aberto, com a imagem de um cachorro galgo, com o número 5, com uma bandeirada. Saudade surge sozinha, emerge do fundo do peito de onde é guardada com carinho. Lembrança é de algo real, de um lugar, de uma época, uma pessoa. Saudade ignora a morte, vence distâncias, barreiras e preconceitos.”

Essa expressão é do antigomobilista curitibano Ayrton Borges, manifestada em 7 de agosto de 2008, relativa a ex-piloto de carreteira paranaense que havia recém-falecido.

Ele, o ex-piloto, foi o paranaense que participou mais vezes das antigas Mil Milhas Brasileiras, no autódromo de Interlagos/SP, ou seja: 1956 (a primeira) e 1957, em parceria com Rosalvo Mansur; 1958, parceria com Rafael Gargiulo; 1959, com José Curi; e, 1960, com Julio Andreatta. Sempre com carreteiras motor Ford V8.

No Paraná, na década de 1950, participou praticamente de todas as competições nos circuitos do Tarumã, do Passeio Público, do Hospital Nossa Senhora da Luz (rua Mal. Floriano Peixoto) e do “Chiqueirinho (Sãoa José dos Pinhais/PR), além das provas da estrada Curitiba/Ponta Grossa.

Neste último circuito, na prova em homenagem ao piloto Edmundo Dal´Lago, em 1953, venceu pilotando um Morgan esporte. Ali mesmo, noutra prova, descendo a rua Mal. Floriano em direção à avenida que hoje é a chamada Linha Verde, ficou sem freio quando cruzou a linha férrea e arrebentou um flexível da sua carreteira Ford número 5.

Vendo que não faria a curva à esquerda que estava próxima, ele e seu co-piloto acenaram desesperadamente à multidão que se aglomerava nesse ponto para que abrisse caminho. E assim foi.

Notando que algo de normal acontecia, o povo correu para todo lado e a carreteira passou direto, indo parar distante, sem atropelar ninguém. Segundo o ex-piloto Celestino Buso, falecido recentemente e que estava no local após capotar sua carreteira nessa curva, se o piloto e o co-piloto não tivessem tido aquela presença de espírito, teria ocorrido tragédia sem precedentes.

Ainda em 1961, quando já estava um tanto afastado das corridas, participou da prova de inauguração da rodovia Curitiba/Londrina/PR, levando Simca número 8 ao décimo lugar. Estamos nos referindo a Haroldo Guimarães Bastos Vaz Lobo, nascido em 1926 e falecido a 02/agosto/2008, de quem resta a saudade!

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