O EcoSport 1.6 Flex, equipado com motor bicombustível, está à venda nas concessionárias da marca em Curitiba, desde meados de maio. O motor 1.6 é o mesmo do Fiesta e rende 105 cavalos com 100% de gasolina e 111 cv com o tanque de combustível abastecido apenas com álcool, o que representa fôlego extra para o jipinho da Ford, uma vez que a agora extinta versão a gasolina tem 98 cavalos.
A potência extra – 16 cavalos a mais com álcool – caiu bem no EcoSport, que passou a mostrar respostas mais ágeis aos comandos do acelerador. O EcoSport é o comercial leve mais vendido do Brasil e o maior sucesso da atual linha Ford. O motor bicombustível do jipinho chegou ao mercado sete meses depois do lançamento do Fiesta Flex.
Com o lançamento do EcoSport Flex, o objetivo da marca é manter a liderança no segmento dos utilitários esportivos compactos. Avaliamos o EcoSport Flex em trecho rodoviário e pudemos perceber que o motor bicombustível deixou o pequeno utilitário esportivo mais esperto.
O motor bicombustível do EcoSport é o já conhecido Rocam 1.6, com comando de válvula roletado. O propulsor gera 105 cavalos com gasolina e 111 cv com álcool. O torque, que era de 14,2 kgfm, subiu para 14,7 kgfm (gasolina) e 15,6 kgfm (álcool), ambos a 4.250 rpm. A taxa de compressão também aumentou: no modelo equipado com propulsor a gasolina, era de 9,5:1; agora, com a introdução do bicombustível, é de 12,3:1. Para adaptar o propulsor Flex ao EcoSport, a Ford realizou 800 mil quilômetros de testes em seu Campo de Provas de Tatuí (SP) e em estradas do Brasil e outros países da América Latina.
Entre os novos atributos da motorização, destacam-se os pistões em formato de gomo (que aperfeiçoa a combustão), e o mapeamento do sistema de ignição, que permite a cada um dos quatro cilindros trabalhar com máximo avanço, proporcionando melhor desempenho. Há ainda a válvula termostática eletrônica, patenteada pela Ford, que garante temperatura ideal de trabalho para cada combustível e bom rendimento mecânico com curva de torque a plena carga. A liga de alumínio com ausência de chumbo e as válvulas de admissão com blindagem refratária também merecem destaque.
Além disso, o cabeçote é de alumínio-silício e o escapamento, de aço inoxidável, material resistente à água e ao ambiente de combustão do álcool. A Ford aproveitou a introdução do motor bicombustível para efetuar alguns ajustes no EcoSport. (BN)
OLHO CLÍNICO
O EcoSport 1.6 ganhou nova admissão de ar, posicionada na dianteira, melhoria do isolamento da caixa do ar-condicionado e novos suportes de fixação da tampa do bagageiro do porta-malas. Isso garantiu boa melhora no nível de ruído, comprovado durante a avaliação.
Com o tanque cheio de álcool, ficou evidente que o combustível etílico aumentou o prazer de dirigir o utilitário esportivo compacto da Ford. Segundo a montadora, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 13,1 segundos, 1,3 segundo mais rápida do que a extinta versão a gasolina. Quando abastecido com gasolina, a diferença é menor: o compacto utilitário precisa de 13,6 segundos para atingir 100 km/h, partindo da imobilidade. No EcoSport Flex avaliado, a retomada de 50 km/h a 100 km/h – em quarta marcha – é feita em 15,6 segundos, quase 2 segundos a menos do que no modelo 1.6 que aceita apenas gasolina.
A potência extra, aliada ao fato de que 90% do torque máximo é alcançado a 1.500 rpm, além de melhorar a aceleração e as retomadas, aprimorou também o conforto do modelo. Isso porque o motorista faz agora menos trocas de marchas, o que não deixa de ser uma vantagem principalmente para aqueles que enfrentam o trânsito das grandes cidades. Na estrada, o EcoSport Flex mostrou mais fôlego e provou que está mais esperto nas ultrapassagens.
Outro destaque do compacto utilitário da Ford é a acústica, que melhorou bastante na comparação com o 1.6 a gasolina. Os ajustes incorporados tiveram efeito, e a marca está confiante nisso, uma vez que a unidade disponível para avaliação não estava equipada com som, item que costuma camuflar ruídos incômodos.
Na rodovia aonde conduzimos o EcoSport, ouvimos apenas o barulho do motor. Nada de rangidos vindos do painel ou da tampa que cobre o porta-malas. Segundo a Ford, o consumo do Flex com 100% de álcool é de 7,9 km/l na cidade e 9,8 km/l na estrada. Quando abastecido apenas com gasolina, o consumo cai para 12,1 km/l e 15,1 km/l, respectivamente.
O EcoSport 1.6 Flex chega ao mercado nacional com preço sugerido de 47.080,00 para a versão de entrada, XL. A nova motorização também está disponível para os modelos mais topo de linha, o XLS e o XLT, que custam a partir de R$ 50.510,00 e 53.640,00 respectivamente. (BN)
FICHA TÉCNICA
Motor: dianteiro, transversal, alimentação por injeção eletrônica multiponto, comando de válvula tubular acionado por corrente (Silent Chain).
Cilindrada: 1.596 cm³
Potência: 105 cv (gasolina) e 111 cv (álcool) a 5.250 rpm
Torque (kgfm): 14,7 (gasolina) e 15,6 (álcool) a 4.250 rpm
Taxa de compressão: 12,3:1
Câmbio: manual, de cinco marchas
Comprimento: 4,23 m
Largura: 1,73 m
Altura: 1,62 m
Entre-eixo: 2,49 m
Porta-malas: 296 a 712 litros
Peso: 1.200 kg
Tanque: 45 litros de combustivel