… e um trem atropelou a Carreteira!

Corrida de carro ou de motocicleta é sinônimo de acidente, desde a primeira delas, na França, cerca de 1907.

A região do bairro de Interlagos, em São Paulo /SP, quando ali foi inaugurado o primeiro autódromo brasileiro, em 1940, era tomada por chácaras cujos proprietários possuíam animais soltos e assim permaneceu por muitos anos.

A pista de corridas, por sua vez, não era totalmente murada em todos os quase 8 quilômetros , obrigando os pilotos a tomarem muito cuidado com tais animais, sobretudo à noite, mais ainda com a típica neblina local.

Vai daí que, na II Mil Milhas Brasileiras – 23/24 de novembro de 1957, sexagésima volta, o piloto paulista Djalma Pessolato, sob neblina, atropelou um cavalo, bateu num barranco, capotou sua carreteira, vindo a falecer.

Na VII Mil Milhas – 27/28 de novembro de 1965, mesmo autódromo, mesma situação, o piloto curitibano Francisco Zeni bateu sua carreteira contra um cavalo também, sobrevivendo.

Mesma pista, 8 e 9 de novembro de 1951 aconteceu a prova 24 Horas de Interlagos de Motociclismo, sendo que, à meia-noite, o piloto Rodrigo Correa caiu, ficou desacordado na pista e foi atropelado pela HRD 500cc de Samoro Kamachi, que por sua vez, bem como Rodrigo, foi atropelado pela BMW de Wilson Fittipaldi (pai). Gravemente ferido, Correa faleceu.

Em outra prova de motocicletas 24 Horas do Brasil – 15/16 de maio de 1976, ainda em Interlagos – com a participação do piloto curitibano Ubiratan “Bira” Rios numa Honda 812, fazendo o segundo lugar – o piloto Francisco Teixeira, com Honda 500, durante a noite bateu na mureta de proteção, morrendo na hora, enquanto que o mecânico Fábio Luciano, ao atravessar a pista na Curva do Laranja, foi atropelado e morto pelas motos de Eugênio Handa e Wilson Yassuda.

Muito bem. E aqui, no nosso Autódromo Internacional de Pinhais, sabem quem foi atropelado? O seu primeiro dono e construtor, empresário apaixonado por corridas sem nunca ter partici-pado delas, Flávio das Chagas Lima, de saudosa memória.

Quando a mão de direção da pista era no sentido anti-relógio, na curva dos fundos (agora abandonada), o piloto paulista Jaime Silva, a bordo do Fúria/Alfa Romeo, desgarrou e foi pegar Chagas Lima, que teve uma perna fraturada.

Mas, o incrível aconteceu com o piloto Argemiro Adolfo Pretto (Encantado/RS) que, com seu co-piloto Nilo Chanan, “conseguiu” ter sua carreteira Chevrolet 1942 atropelada por um trem em São Paulo , na Grande Prova Getúlio Vargas – 11 a 15/novembro/1951, num trajeto de 2.136 km (São Paulo/SP, Uberaba/ Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro e São Paulo novamente). Numa das fotos, a carreteira amassada, ao lado da linha férrea. Na outra, o protótipo Fúria após o acidente.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo