Na fábrica de Highland Park (EUA), a linha de montagem, começou a se mover no dia 7 de outubro de 1913 e pela, primeira vez na história, os carros passavam na frente dos operários, que ficavam parados, ao contrário do que acontecia antes. Não estava inventado o automóvel, como muitos pensam, mas introduzido no processo industrial a linha de produção móvel, inovação implantada por Henry Ford que se tornou um passo decisivo na construção de automóveis.
A produção, na época, se tornou mais eficiente e permitiu uma enorme redução de preços, sonho de Ford de produzir “um carro para as massas”, ou melhor um Ford para todos.
Henry Ford, para racionalizar e acelerar o trabalho em sua fábrica, somou várias experiências bem sucedidas como: a montagem de espingardas desenvolvida por Eli Withney, em 1798; o moinho automatizado, desenvolvido por Oliver Evans, em 1783; os métodos aplicados por Elihu Root para acelerar a produção do revólver de Samuel Colt, em 1849; e as operações repetitivas dos empacotadores de carne, em Chicago, por volta de 1860, onde cada trabalhador cortava sempre a mesma porção de carne da carcaça de um boi, movimentada por ganchos ligados a um trilho suspenso.
Por outro lado, Ford estabeleceu a velocidade ideal com a qual o operário deveria executar determinado serviço. Ford empregou toda essa combinação de práticas e princípios em sua indústria, criando um método de produção em série baseado em dois fatores fundamentais: o uso de peças intercambiáveis e a montagem progressiva.
Tecnicamente, esse método de montagem exigia que os trabalhadores e ferramentas ficassem dispostos na ordem natural de operação, bem como obrigava, também, a utilização de planos inclinados para suprir a produção com peças, deslocadas pela força de gravidade ou por correias transportadoras. Resumindo: em vez de levar um grupo de operários e suas ferramentas até o local onde o carro está sendo montado, o carro é deslocado por onde se encontram as equipes de produção.
Em Highland Park, Henry Ford criou diversas linhas de submontagem, que convergiam para uma linha principal, num esquema semelhante à espinha de um peixe. O chassi se movimentava continuamente e ia recebendo, em seqüência, as cerca de 5.000 peças que compunham o Modelo T, até sair completo, rodando, ao final da linha.
Com o tempo, a linha conseguiu um nível de alta produtividade, o que representou cerca de 2 milhões de veículos/ano. Assim, o objetivo de Henry Ford de produzir um automóvel com a maior simplicidade possível, em grande escala e a preços reduzidos, estava atingido.