Em ergonomia os dois modelos franceses têm pecados inaceitáveis. Um exemplo? A posição dos acionadores dos vidros elétricos fica no console central. O motorista do Renault precisa se deslocar para frente a fim de alcançá-los e o do 206, tatear atrás do freio de mão para achá-los.

Se comparado às versões antigas, o Peugeot 206 melhorou. É por essa razão que leva a melhor. Seu interior tem materiais plásticos em toda a parte, mas não como no Clio. Os ajustes dos bancos também precisam ser revistos e os volantes não têm opção de movimento de profundidade. O 206 Rallye, no entanto, vem com volante de boa empunhadura, além de rádio de série, com mostrador digital no alto do painel. O Peugeot também tem mais equipamentos de série, como o computador de bordo, e é o mais versátil, oferecendo mais porta-objetos que o Renault. No ar-condicionado, seus sistemas se equivalem tanto em funcionamento como eficiência.

A motorização é bastante semelhante: ambos 1.6 de 16V com 110 cv de potência a 5.750 rpm. No entanto, o Dynamique tem torque um pouco mais forte, disponível num regime de rotação inferior: 3.750 rpm. O Rallye responde com uma potência específica melhor, embora quase imperceptível. Empate nesse caso. A suspensão McPherson se equivale nos dois carros, mas nos freios o Peugeot leva a melhor por oferecer discos nas quatro rodas. A transmissão mostra deficiências tanto para um quanto para outro. No Clio, as marchas são bem escalonadas, mas a vibração que vem do trem de potência minimiza essa vantagem. No 206, ao contrário, se não há trepidação, o câmbio parece um pouco fora de sincronismo.

Eles praticamente se equivalem em desempenho. O Dynamique acelera mais rápido, mas o Rallye tem velocidade máxima maior, além de comportamento em curvas mais equilibrado. Mas precisa ser cutucado para acordar. O gasto de combustível dos dois modelos foi bastante próximo, em torno de 10 km por litro na cidade, satisfatório para o tipo de uso a que estão sujeitos. Nesse caso, mais um empate emplacado.

Mesmo não sendo veículos baratos, Clio e 206 não têm freios com ABS de série. O equipamento é opcional no primeiro, e não disponível no segundo. Além dos pneus maiores e da melhor visibilidade, o Renault merece nota melhor que o Peugeot. Ambos vêm com “airbags” duplos, cintos pré-tensionadores, faróis de neblina e barras laterais nas portas. Mas, afinal, qual deles passa a melhor impressão ao dirigir? O consumidor é que decide após “test-drive” em revendas das marcas. (BN)

FICHA TÉCNICA

DYNAMIQUE 1.6 16V

Motor:

K4M, transversal, 4 cilindros em linha, 16 válvulas

Tração: Dianteira

Cilindrada: 1.598 cm³

Diâmetro x Curso: 79,5 mm x 80,5 mm

Taxa de compressão: 9,7:1

Potência máxima: 110 cv a 5.700 rpm

Torque máximo: 15,2 mkgf a 3.750 rpm

Alimentação: Injeção eletrônica multiponto Seqüencial

Rodas: Liga-leve 15 polegadas

Pneus: 185/55 R15

Suspensão dianteira: McPerson, com triângulo inferior, amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais e barra estabilizadora

Suspensão traseira: Rodas semi-independentes, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais com barra estabilizadora

Freios: Duplo circuito em “X”, discos ventilados dianteiros, com 238 mm de diâmetro, e tambores traseiros, com 203 mm de diâmetro

Direção: Hidráulica, diâmetro de giro de 10,3 m

Câmbio: Mecânico, cinco velocidades

Aceleração 0 a 100: 9,4 s

Velocidade máxima: 192 km/h

Consumo cidade: 11,0 km/l

Consumo estrada: 16,5 km/l (vazio sem ar-condicionado)

continua após a publicidade

continua após a publicidade