Duster 2.0 tem bom desempenho em todas as situações

Integrante da linha Logan, o SUV Duster era o sonho da Renault para se fortalecer no mercado brasileiro. A receita deu certo: o carro é sucesso de vendas. O estilo musculoso caiu no gosto do público.

Por dentro tem espaço de veículo médio, mas com preço de carro compacto. O Duster foge à regra na versão topo de linha, pois o material plástico usado no acabamento interno é o mesmo do Logan e as maçanetas externas são do Sandero, assim como outros elementos de estilo. Mas o preço dessa versão é alto. Três pessoas se acomodam bem no banco traseiro. Porém, a inclinação excessiva do encosto para trás provoca desconforto. A posição mais verticalizada é adequada. O porta-malas tem boa capacidade de carga e o estepe fica dentro do porta-malas.

O sistema “multilink” da traseira, que é exclusivo da versão 4×4, reúne conforto e estabilidade, transferindo pouco as imperfeições do piso para o habitáculo. A inclinação da carroceria é praticamente imperceptível até em curvas acentuadas. O comportamento dinâmico é ótimo para um utilitário. O sistema de tração 4×4 é acionado sob demanda por meio de comando na parte inferior do painel central. Em trechos escorregadios, há opção de bloqueio do diferencial.

A vibração do sistema de direção em manobras, mesmo aquelas feitas em piso liso, incomoda um pouco. E a direção é mais pesada do que a de outros utilitários. Porém, o diâmetro de giro pequeno torna mais fácil manobrar em espaços apertados. Os retrovisores externos poderiam ser maiores, principalmente pelas dimensões do veículo. O motorista fica em posição elevada por causa da boa regulagem de altura do banco. E isso é o trunfo dos utilitários.

Também incomoda a velocidade máxima dos limpadores do pára-brisa, que é insuficiente em chuvas fortes. E a ausência de iluminação dos interruptores dos vidros incomoda, principalmente à noite. Sem exageros, o Duster é daqueles carros que todo motorista gosta de dirigir. O câmbio está muito bem “casado” com o motor 2.0, que tem torque e potência para garantir bom desempenho em todas as situações. Os engates são precisos. A força do motor é tão boa que mesmo com o ar-condicionado ligado o desempenho permanece praticamente inalterado.

Na cidade, roda-se tranquilamente em quarta marcha, sem forçar o motor. Na estrada, a sexta marcha ajuda na economia de combustível. O consumo não é baixo nem assustador desde que o motorista não pise forte no acelerador: varia de 5 km/l a 6,5 km/l na cidade e de 10 km/l a 12 km/l na estrada com gasolina. Com etanol, a média no ciclo urbano foi de 5,5 km/l e na estrada cerca de 9 km/l. Os bons ângulos de ataque e saída são atributos essenciais no fora de estrada. O Duster deveria ter freio a disco nas quatro rodas e custar menos. Mas infelizmente carro é caro no Brasil.

Veja na galeria de fotos para ver o carro.

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