Quem já visitou a Argentina percebeu muito carros legais que não são vistos circulando pelo Brasil. Pois é, o país vizinho costuma não só receber modelos ainda inéditos no mercado brasileiro como estrear lançamentos que só mais tarde cruzarão a fronteira.
A 8.ª edição do Salão de Buenos Aires, que segue até o próximo dia 20, é um bom termômetro deste cenário. Pelo menos 12 exemplares expostos no pavilhão de eventos La Rural deixarão o consumidor brasileiro apenas com um gostinho na boca. As opções em solo argentino vão desde veículos compactos a esportivos do sonhos. Confira:
Fiat 124 Spider
O esportivo italiano já deu as caras no Brasil via Salão de São Paulo, em 2016. Mas, só para atiçar o imaginário do público. Lançado recentemente na Argentina, o Fiat 125 Spider possui lugar para duas pessoas e é impulsionado pelo motor 1.4 turbo, de 140 cv e 24,4 kgfm de torque, associado ao câmbio manual ou automático, ambos de seis marchas.
Foi lançado pela primeira vez em 1966 e teve a produção encerrada em 1985. Com desenho inspirado pelo 500, o conversível combina nostalgia e conectividade, com tela sensível ao toque de 7”, controles de voz, câmera e sistema de navegação em 3D.
Ford S-Max
Ao contrário do Brasil, as minivans resistem bravamente no mercado argentino. O S-Max, que faz enorme nos EUA, é derivada do Fusion e inclusive utiliza o mesmo motor: o 2.0 EcoBoost (turbo), de 240 cv, e 35,1 kgfm de torque, associado ao câmbio automático de 6 marchas.
E , apesar do grande porte (são 7 lugares), tem desempenho surpreendente. Faz de 0 a 100 km/ em 8,4 segundos. O monovolume vem importado na Espanha e está na segunda geração, lançada em 2014 na Europa.
Peugeot 301
Feito sobre a plataforma esticada do 208, o sedã compacto acaba de passar por uma reestilização na Europa, que agora estreia no país vizinho. Lançado globalmente em 2012 , o modelo é importado da Espanha e leva sob capô o motor 1.6, de 115 cv.
O 301 chegou a ter a produção cogitada no Brasil , o que acabou não se concretizando. Seria um rival interessante para Chevrolet Cobalt, Renault Logan e Nissan Versa, concorrentes com o mesmo bom espaço interno – são 4,44 m de comprimento e 2,65 m de entre-eixos.
Fiat 500X
Sim, a Fiat tem um crossover! E utiliza a mesma plataforma e motorização do Jeep Renegade. O modelo já havia dado às caras no país vizinho no salão de 2015, mas as vendas só começarão neste segundo semestre.
Fabricado na Itália, é da turma ‘do quase’ veio para o Brasil. Contudo, o grupo FCA preferiu jogar as fichas no Renegade. Só que o irmão com pegada mais aventureira vem perdendo mercado após a chegada do Compass. Quem sabe, a Fiat não revê a estratégia e traga o 500X, que tem um forte apelo urbano.
Toyota Yaris
Outra da Toyota que já circula desde o ano passado no terra dos hermanos, importado da Tailândia. A vinda ao Brasil não está descartada, mas com o sucesso do Etios (vende tudo o que produz), a vinda está cada vez mais distante.
Fala-se que a nova geração chegaria juntamente com a versão sedã Vios – ambas já estão em testes na Ásia. É esperar para ver. O Yaris usa o mesmo motor do Etios, o 1.5, de 107 cv.
Volkswagen Golf R
A atualização do Golf 7 exposta na mostra portenha também chegará ao Brasil, mas bem como poderia incluir a versão mais apimentada do modelo, que não é a GTI.
Estamos falando do Golf R 2.0 turbo, mexido para render nervosos 310 cv e 40,7 kgfm. Associado à transmissão DSG de sete marchas, ele acelera de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos e alcança os 250 km/h.
Como comparativo, o GTI 2.0 turbo possui 220 cv e vai de 0 a 100 em 6,5 s, atingindo 244 km/h.
Peugeot 308 GTI
Por falar em hatch médio esportivo, o 308 GTI é outro que poderia acelerar pelas ruas brasileiras. No entanto, a Peugeot no Brasil não goza do mesmo prestígio que na Argentina. E olha que os produtos vendidos em solo nacional são até melhores que concorrentes que vendem bem mais. Questão de gosto.
No mercado argentino, aliás, o 308 está na segunda geração, seguindo o ritmo europeu, enquanto vendemos a primeira geração. O GTI é equipado com motor 1.6 turbo em duas versões: a de 250 cv e a 270 cv. O modelo foi escolhido o carro do ano na Europa em 2014, superando rivais como BMW i3 e Tesla Model S.
Toyota GT86
O pequeno esportivo japonês é outro modelo ventilado para o Brasil tempos atrás, mas o alto custo de importação inviabilizou levar a ideia adiante. Chegou até a ser homologado para rodar em solo brasileiro.
Na Argentina, porém, essa questão não é problema. No estande da Toyota há a versão atualizada do GT86, que é empurrado pelo motor 2.0 boxer, de 208 cv. Apesar da ‘pouca cavalaria’, é um veículo ideal para quem curte preparação e ir acelerar em pistas.
Ford Kuga
Mais um que foi visto rodando pelo Brasil em testes, no entanto ficou só isso. A versão ‘SUV’ do Focus, como é conhecido, tem porte maior que o do EcoSport e é vendido na Argentina com motor 2.0 EcoBoost, de 240 cv e câmbio automático, o mesmo conjunto do Fusion.
Na verdade é um crossover opção de tração 4×4. Seu preço por lá o colocaria para concorrer com os nossos modelos médios: a partir de 760 mil pesos (cerca de R$ 157 mil). Seus rivais além fronteira são Toyota RAV4 e Honda CR-V.
Fiat Tipo
Apesar do nome, nada tem a ver com o modelo que fez sucesso nos anos 1990. A Fiat retomou o nome e lançou na Europa sob a forma de hatch, sedã e perua. Logo surgiram conversas de que acabaria no Brasil, com um perfil muito próximo ao do consumidor brasileiro.
Mas, em vez dele a marca decidiu apostar num novo produto, o Argo. Assim, coube a Argentina importar o modelo da Turquia para até o fim do ano, com o motor 1.6 de 110 cv. Ah, o Argo é a estrela da Fiat na feira em Buenos Aires, e, ao lado do Tipo, será a opção para os hermanos no segmento compacto.
Lotus
A Lotus já acelerou um dia no Brasil por meio de um importador independente, e é desta forma que a marca inglesa, hoje controlada pela chinesa Geely, desembarca na Argentina.
É um dos destaques do salão, com dois modelos expostos: Elise (à direita), ao preço de US$ 90 mil (R$ 296 mil), e Evora 410 Sport, que custará US$ 240 mil (R$ 790 mil) e cujo motor rende 416 cv.
Toyota Innova
A minivan familiar com três filas de bancos chegará entre outubro e novembro no mercado argentino vindo da Indonésia. Depois, passará a ser fabricada em Zárate, compartilhando a plataforma da Hilux e da SW4.
A intenção da Toyota é exportar a Innova para outros mercados sul-americanos, mas, por enquanto, o Brasil não está nos planos. O modelo é empurrado pelo motor 2.7 litros, de 170 cv, usado pela Hilux.