Simples e ao mesmo tempo inovador, o "dedeuche", como era carinhosamente chamado em seu país natal, ou "dechevô" (pronúncia de 2 CV, em francês) no Brasil, foi um dos responsáveis pela motorização da França no pós-Segunda Guerra. Era um carro barato, resistente e extremamente prático.
A homenagem é nostálgica, mas a celebração realçará, sobretudo, o espírito vanguardista do Citroën 2 CV. Um espírito profundamente cravado nos genes da Citroën, tal como pode-se verificar com o recente "concept car" C Cactus. Estes dois modelos, 2 CV e C-Cactus, representam duas épocas com desafios sociais, econômicos e ambientais muito diferentes, mas compartilham uma mesma preocupação: fazer mais com menos.
Eles foram concebidos para otimizar a quantidade de peças, o peso, o consumo… e o preço, permitindo propor um veículo acessível à grande maioria e concentrado em valores essenciais como qualidade, estilo e habitabilidade. Na época, o Citroën 2 CV foi projetado para poder "atravessar um campo arado com uma cesta de ovos colocada na poltrona, sem quebrá-los".
Com seu conceito econômico e simples aliando as últimas evoluções tecnológicas da época, o 2 CV revolucionou a indústria automobilística e a sociedade ao abrir o caminho para o carro econômico, popular e polivalente. Essa vontade de inovar, que animou os engenheiros nas décadas de 1930 e 1940, permanece até hoje nos genes da marca Citroën.
Em abril de 1976, a Citroën lançou o 2 CV Spot (com 1.800 exemplares produzidos), primeiro de uma sucessão de séries limitadas. Em março de 1985, o 2 CV Dolly e, em outubro de 1990, veio o famoso 2 CV Charleston, com carroceria bicolor.
De carro-ferramenta, o 2 CV foi se transformando em carro para jovens e mulheres, razões pelas quais foi ficando mais alegre e refinado. Há de acrescentar que o 2 CV oferecia uma vantagem eminentemente feminina: ele oferecia por um preço módico, o luxo de poder andar de conversível.