A MAN Latin America, controlada pela Volkswagen, coloca nas concessionárias, a partir de maio, o novo caminhão TGX produzido na fábrica de Resende (RJ). Até agora, a marca é líder de vendas no Brasil em todos os segmentos de caminhões, mas não era praticamente representada entre os extrapesados (com mais de 400 cavalos). Com a chegada do TGX, a marca almeja 30% deste mercado num prazo de três anos, diz Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America. O objetivo, completa, é vender 5 mil unidades por ano.
Em 2009, quando teve início a união das duas marcas, a Volkswagen identificou a importância dos extrapesados, que respondem por 16% do mercado de caminhões. Fora do segmento no Brasil, a MAN Latin America decidiu trazer 40 unidades do TGX para teste com frotistas, que rodaram 5 milhões de quilômetros, conta Ricardo Alouche, diretor de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da empresa.
Segundo ele, os clientes pediram que o TGX produzido no Brasil fosse econômico, durável e de fácil operação. Começou então um trabalho de adaptação do modelo às condições das estradas brasileiras. Para produção no Brasil, o caminhão original passou por 240 modificações. O índice de nacionalização hoje é de 40% e a meta é chegar a 60% em um ano.
Nas lojas
O TGX tem motor MAN D26 de 12.4 litros e potência de 440 cavalos. O câmbio é automático de 16 marchas, mas pode ser manual, caso o cliente queira. O freio a tambor conta, de série, com ABS e EBS. A cabine, segundo informações da MAN Latin America, é a maior da categoria, assim como a cama. Entre os itens de conforto, ar-condicionado digital e 33 porta-objetos.
A versão do TGX que estará nas concessionárias em maio é a 29.440 6×4, destinada ao transporte rodoviário de médias e longas distâncias. Outras duas opções estarão disponíveis na sequência. O 33.440 6×4, com redução nos cubos, vai chegar em julho. Depois, em outubro, será a vez do 28.440 6×2.
A MAN Latin America reuniu jornalistas de 13 países no Guarujá, litoral de São Paulo, para a apresentação do TGX, projeto que consumiu R$ 100 milhões em desenvolvimento, nova linha de produção e lançamento. O caminhão produzido no Brasil será vendido em toda a América Latina e no México, diz Marcos Forgioni, diretor de Exportação. Além do Brasil, os primeiros países a receber o modelo serão Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai.
A chegada do novo caminhão deve ajudar na recuperação das vendas, que caíram 10% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2011. Segundo Roberto Cortes, a indústria de caminhões e ônibus produziu menos nesse início de ano devido às mudanças na lei de emissões. Mas ele está confiante na recuperação das vendas e diz que, para isso, é preciso promover os benefícios do Euro 5, regularizar o abastecimento de diesel S50 e de Arla 32 e facilitar o financiamento.
Poluição
A nova fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve P7) entrou em vigor em janeiro deste ano. A legislação é similar à europeia Euro 5 e exige, além de modificações nos motores, novos sistemas de pós-tratamento dos gases de escapamento e uso de diesel com reduzido teor de enxofre.
A eliminação do óxido de nitrogênio, gerado no escapamento, é possível por meio de duas tecnologias: recirculação do gás, que retorna à admissão, reduzindo a temperatura da combustão; e pela redução catalítica seletiva, que exige o uso do Arla 32, um reagente líquido que deve ser pulverizado no gás de escapamento.
Quanto ao diesel, os veículos P7 agora devem ser abastecidos com ,o S50 de 50 ppm (partes por milhão) de enxofre. A partir de 2013, ele será substituído pelo S10. Atualmente, o diesel vendido nos grandes centros urbanos é o S500.
R$ 420 mil
É o preço do MAN TGX 29.440 6×4, modelo que começa a chegar nas lojas em maio. No Brasil, 65 das 150 concessionárias Volkswagen estão habilitadas para vender o produto. Outras 85 estão em processo de nomeação.
A jornalista viajou a convite da MAN Latin America.
Divulgação |
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