No tempo das carreteiras, que proliferaram sobretudo na década de 1950, era comum as corridas classificarem os carros obedecendo regulamento aplicado pelo Automóvel Clube do Paraná, cujo presidente era Anfrísio Siqueira, em três categorias: Força Livre, reunindo as carreteiras preparadas com motor, na quase totalidade, Ford V8; Turismo, para carros preparados mas com limites; e, até 1.500 cilindradas, para carros menores com motor menos potentes. Nestas duas últimas competiam carros como MG, Fiat, Dodge, Chevrolet, Morgan, Citroen, Volvo, Volkswagen e outros. Entre eles os mais competitivos eram o MG – leve, pequeno e veloz; o Citroen, tido na época como o melhor carro para se fazer curvas e “incapotável”; e o Volvo.
Piloto curitibano que ganhou destaque naquele tempo, correndo tanto na capital paranaense quanto em outras cidades do Paraná e de Santa Catarina, foi Caio Silas, sempre a bordo de um Volvo 1951, duas portas.
Este carro tinha motor frontal de 4 cilindros, câmbio de três marchas para a frente com trambulador no soalho e tração traseira.
Seu motor original desenvolvia cerca de 80 cavalos, equipado com carburador da marca inglesa SU, a mesma que era utilizada em carros como o Jaguar e o Rolls Royce.
Quem preparava o motor do carro do Caio, além das carreteiras de Euclides Bastos (Pereréca) e de Osmar Coutinho, era o “expert” Jorge Ribeiro, que tinha oficina mecânica na rua Sete de Abril, em Curitiba e que faleceu há pouco com 100 anos e 3 meses de idade.
Por ocasião das corridas alusivas ao centenário de fundação da cidade de Joinville/SC, nesta cidade, Caio lá estava com o seu Volvo número 86 e, na véspera, na Rua do Príncipe, durante a noite, atropelou uma égua, o que ocasionou a quebra do para-brisa e danos na parte superior do seu veículo.
Assim mesmo, no dia seguinte, ele participou da prova, na categoria Turismo e venceu.
Corrida memorável como a I Copa Cidade de Curitiba, no circuito do Hospital Nossa Senhora da Luz, em 10 de janeiro de 1953, teve a participação de Caio e seu Volvo, ao lado de pilotos como Moura Brito, Agílio Leão e outros.
Nas fotos, Caio numa curva do circuito do Tarumã (Curitiba) seguido por “Galalau” e seu Citroen, que vem “deitado”; por dentro, sem para-lamas, na curva do Hospital N. S. da Luz, ao lado de um Ford 1949; e, no circuito de Joinville/SC.
