Entre janeiro e junho deste ano, a indústria produziu 847.123 automóveis de passeio e comerciais leves, volume 2,5% superior às 826.606 unidades feitas no mesmo período do ano passado. As vendas internas, porém, somaram 571.801 unidades, 5,5% menos que as 605.058 do primeiro semestre de 2002.
Mas não é esta queda (até certo ponto discreta), que preocupa as montadoras. O problema, segundo elas, está na produção projetada para este ano, de 1,85 milhão de unidades, em face da capacidade instalada do setor, de cerca de 3,8 milhões de veículos/ano.
Segundo as montadoras, foi o pior junho dos últimos dez anos e o pior semestre em vendas desde 1999, que geram projeções pessimistas para o resto do ano se nada for feito.
“As montadoras estão no limite da resistência. É preciso ter uma produção maior para dar sustentação à indústria”, declarou recentemente Ricardo Carvalho, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Para a entidade, o patamar de produção ideal seria de cerca de 3,2 milhões de veículos/ano.
No entender dos fabricantes, nem as exportações em alta estariam “salvando” o setor. O País exportou nos primeiros seis meses deste ano nada menos que 245.430 automóveis de passeio e comerciais leves, 42% mais que as 172.929 unidades enviadas para o exterior no mesmo período do ano passado.
Segundo o setor, os números positivos não surgem como compensação. “Isso é um mito. É preciso fazer escala interna para ter preço competitivo lá fora. As exportações são uma atividade complementar e sempre estão sujeitas a oscilações”, analisa o vice-presidente da General Motors do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto.
Mas o empresário Adeodato Volpi, diretor da EuroImport em nossa Capital, confidencia: “Terminamos o primeiro semestre de um ano de incertezas, o que nos motiva a trabalhar mais e melhor, munidos de força e muita esperança de tempos melhores que certamente já estão aí”. (BN)