Durante a apresentação do novo C5, em São Paulo (21/3), o empresário Sérgio Habib, presidente da Citroën do Brasil, disse que a redução de impostos nos veículos automotores não garante o crescimento das vendas no Brasil. Criticou a campanha permanente que as montadoras fazem em relação à redução dos impostos e disse que a imprensa reproduz, de forma errada, a idéia de que o imposto do carro brasileiro é o mais caro do mundo. O empresário disse que vários países têm impostos mais caros que o Brasil, destacando a Dinamarca.
Sérgio Habib disse que o necessário para o crescimento das vendas é manter a política econômica estável, o que dá confiança no futuro a empresários e consumidores, permitindo a ampliação do financiamento de veículos para 48 meses, o período mais usado na Europa. Habib criticou também a insistência do brasileiro em relação à redução da taxa Selic, o que, segundo ele, não vai alterar o quadro de vendas.
Se a taxa for reduzida para 13% – o sonho dos críticos do governo -, a prestação vai cair de R$ 770,00 para R$ 707,00, para o financiamento de um carro de R$ 15 mil em 24 meses. A redução da prestação não é significativa; não vai provocar uma revolução nas vendas, disse Habib.
Para o empresário, mais importante que a redução dos juros e dos impostos é o financiamento em 48 meses, com a mesma taxa de juros paga hoje para 24 meses. Isso só é possível, segundo Habib, com a estabilidade econômica, para a qual o País está caminhando. É preciso que tenhamos paciência. Só o tempo pode levar o Brasil a essa confiança, disse o dirigente ao Jornal do Automóvel. Otimista, Sérgio acredita que o mercado interno este ano crescerá pelo menos 7% (a Anfavea fala em 5%).
A Citroën vai crescer 27%, com um volume de 27 mil unidades vendidas, portanto bem acima da média, segundo suas estimativas. Nos últimos dois anos a marca manteve 60 concessionárias no Brasil e este ano vai passar para 74 e estará presente em 52 cidades (atualmente são 42). O crescimento se deve muito mais por conta da mudança do mercado no último ano do que em relação ao crescimento de vendas. O mercado está mudando e hoje vende-se carro onde antes não se vendia, afirmou Habib. É que com o sucesso do agronegócio regiões do País que não participavam tão ativamente do mercado passaram a comprar maior volume de veículos. É o caso do interior de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.