Aumenta a preferência pelas picapes a diesel

O mercado brasileiro de picapes apresenta uma gradativa mudança, com a preferência do consumidor do segmento “mid-size” pela motorização diesel. Das 24.619 unidades vendidas no varejo, no período de janeiro a junho deste ano, 21.847 foram da versão diesel, o que corresponde a 88,8% de participação.

No ano passado, as vendas dessas picapes foram responsáveis por 81% do volume registrado no segmento. Essa preferência do consumidor é refletida por algumas marcas, que não possuem motorização a gasolina entre as versões produzidas.

Pesquisas realizadas pelas fábricas indicam uma série de atributos para justificar a crescente opção do consumidor pelas picapes a diesel, entre as quais o desempenho eficiente dos motores, como o novo Power Stroke 2.8L, lançado pela International Engines no início do ano para a linha Ford Ranger 2002. Com torque de 38,2 kgfm, a apenas 1.400 rpm, e potência de 135 cv, a 3.800 rpm, é considerado o mais eficiente da categoria, principalmente por contar com turbocompressor de geometria variável (TGV), desenvolvido pela Garrett, que proporciona melhor padrão de dirigibilidade ao veículo.

Versatilidade

A picape (pick-up), nasceu nos Estados Unidos no fim dos anos 20, como alternativa para utilização em trabalho e o Brasil, com forte vocação rural, constituiu-se num tradicional mercado consumidor desse tipo de veículo. Quando o Programa Geia (Grupo Executivo da Indústria Automobilística) deu início à produção nacional, os primeiros veículos fabricados pela Ford foram, respectivamente, caminhões e picapes, com base nas estimativas sobre o potencial que o mercado representava na época.

Posteriormente, o Brasil criou o segmento de picapes derivadas de automóveis, tornando-se o maior produtor mundial desse modelo. A abertura do mercado, iniciada na década passada, contribuiu para o surgimento do segmento “mid-size”, com a importação de veículos que, gradativamente, passaram a ser produzidos na região do Mercosul. A versatilidade que permite utilização pessoal, trabalho e transporte de equipamentos esportivos e recreacionais, em fins de semana, ampliou as perspectivas do mercado das picapes. As pesquisas do setor automotivo indicam que a evolução do segmento é, também, motivada pela crescente preocupação com a segurança nos grandes centros urbanos, a imagem de juventude que transmite de seu proprietário, a sua identificação com a prática esportiva e a possibilidade de aventura por caminhos fora-de-estrada em fins de semana.

Essas pesquisas mostram, ainda, que a gradativa preferência por modelos com motorização diesel é conseqüência do “status” de atualização com a moda que dá ao seu condutor, assim como a economia de combustível, a maior durabilidade e o superior valor de revenda.Enquanto as picapes derivadas de automóveis contam com a preferência de consumidores com idade entre 18 e 25 anos e não podem ser equipadas com motorização diesel por restrições legais (somente permitida a veículos com capacidade de carga a partir de uma tonelada), os modelos “mid-size” têm público consumidor na faixa de 25 a 50 anos e uma ampla variedade de modelos, como cabines simples, estendidas e duplas, além de tração 4×2 ou 4×4.

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