Até o Caribe de motocicleta – Parte V

Após rodarem 4.600 quilômetros na Venezuela e gastarem apenas R$ 20,00 em combustível por moto, os motociclistas retornam à Boa Vista (RR), conforme conta Mirion Langaro: “Na chegada a Boa Vista, uma surpresa: três motociclistas nos aguardavam na entrada da cidade. Haviam sido informados pelo irmão de um deles que passou por nós em sentido contrário na estrada. Eles fazem parte de clube Brazil Ridders criado por João Gonçalves Filho – Gau, com o objetivo de auxiliar motociclistas em viagem. Com eles fomos a uma oficina onde fizemos revisão em todas as motos, com troca de óleo, filtros e regulagens. À noite. participamos de reunião justa e perfeita levados por um dos componentes do grupo, quando tivemos contato com outras pessoas interessantes e boa conversa. Dia seguinte, novamente na estrada, passagem pela reserva indígena Waimiri Atroari, pelo marco da linha do Equador e já estávamos no Hemisfério Sul, chegando a Manaus. Encontramos bom hotel, acertamos o barco a Belém e visitamos alguns museus da cidade, assistimos a espetáculo de balé no Teatro Amazonas e nos preparamos para novo trajeto, agora pelo Rio Amazonas. Iniciando a viagem, foi bom ver, do barco, a Refinaria de Manaus, lembrando de nossa vida profissional a serviço da indústria do petróleo. No dia 13 de setembro passamos por Santarém/AM, onde o barco permaneceu atracado por várias horas para carga e descarga. Fizemos passeio pela cidade, tentamos contato com antigo companheiro de viagem de moto – José Eduardo – mas não foi possível encontra-lo pessoalmente. Quando do Projeto Transamazônica, passei por Santarém junto com o companheiro Goulart, que já havia rodado de moto por ali. Ele me falou que na viagem anterior achou que era mínima a possibilidade de voltar ao local. Agora lembro de suas palavras e que eu também julguei que jamais tornaria a passar por Santarém enquanto dirigia meu triciclo rumo à Transamazônica. A vida dá voltas e o pouco provável é só uma posição filosófica. Eu estava novamente em Santarém. De volta ao barco seguimos em direção à Belém, onde chegamos dois dias depois. No trajeto, população ribeirinha vinha até o barco em pequenas canoas fazer trocas, vender peixe ou receber presentes embrulhados em sacos plásticos e jogados pelos passageiros. Nesta cidade, visitamos museus e igrejas bem cuidados. Observa-se preocupação com o patrimônio histórico e vários prédios antigos estão sendo restaurados. O mercado do Ver o Peso nos levou aos bancos escolares e suas aulas de geografia que sempre citavam sua importância econômica para a região. Em Belém tomamos decisão prevista no projeto Caribe: havíamos feito três trajetos para chegar em casa a partir dali. Compromissos pessoais e profissionais nos levaram a optar pelo caminho mais curto e no outro dia chegávamos a Imperatriz/MA. Logo entrávamos no Tocantins e chegávamos a Goiás. Saindo da Belém – Brasília, rumamos a Alto Paraíso de Goiás, para conhecer a Chapada dos Veadeiros. No caminho encontramos grupo de Xisteiros que iam a um encontro. Em Alto Paraíso de Goiás procuramos informações turísticas numa agência e enquanto conversávamos com o proprietário da mesma, chegou sua esposa perguntando sobre as motos com placa de São Mateus do Sul/PR.

Andressa é filha do nosso colega de serviço Deretti e morou muito tempo nesta cidade, até a aposentadoria do seu pai, quando ambos foram para aqueles lados. No outro dia William Pesqueiro – guia trilheiro – nos acompanhou de moto durante o dia todo, mostrando belezas naturais não imaginadas quando decidimos passar por lá”. Na foto, o Collado del Condor, ponto mais alto da viagem – 4.118 m. Continua na próxima edição.

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