Entre curitibanos apaixonados pelo automobilismo de competição de antigamente, sobretudo da década de 1950, tempo das famosas carreteiras, há dúvida e até polêmica sobre quantos carros de corrida o piloto Euclides Bastos – o popular e pioneiro Pereréca – possuiu e que fim os veículos tiveram.

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Muito bem. Pesquisando e ouvindo relatos de Edson Vercesi, neto e fan incondicional de Pereréca, colhemos informações esclarecedoras, as quais repassamos aos leitores. Pereréca nasceu em agosto de 1907, na cidade de Guajuvira/PR, à beira do rio Iguaçu e faleceu em julho de 1988, tendo vindo a Curitiba a fim de trabalhar como tratador de cavalos no Jockey Clube mas, acabou sendo um dos motoristas de taxi mais conhecidos da capital, exercendo este ofício até 1978.

Começou a participar de corridas de carros já em 1948 e chegou até a usar o seu taxi (na época “carro de praça”) para tanto. Incentivado pela sua esposa Maria José Bastos – dona Nenê – construiu, na oficina “Leão” de Paulo e Celestino Buso, a sua primeira carreteira, um Ford cupê 1940, motor V8 do caminhão F-600, com equipamento Edelbrock.

Depois de disputar uma corrida na cidade de Porto Alegre/RS, vendeu essa carreteira a um piloto gaúcho, não se tendo mais notícia dela. Logo depois, construiu a sua segunda carreteira, desta feita na oficina Rasera, situada no bairro Campina do Siqueira, em Curitiba também.

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Tratava-se de um Ford cupê 1937, equipado com motor V8 Rocket (foguetão) com equipamento especial Edelbrock. Esta carreteira foi vendida a Nilton Osternaque, que transformou-a em carro normal de rua novamente e vendeu-o a Altair Manoel, ambos curitibanos. Pelo que se sabe, o carro está até hoje com este último, mas, em Florianópolis/SC.

Com a primeira carreteira, Pereréca disputou, entre outras provas, três vezes as Mil Milhas Brasileiras, desde a primeira edição, em 1956.

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Com a Segunda, já na sua fase final como piloto de carros de corrida, esteve por duas vezes nas Mil Milhas também.

Numa das fotos de hoje, operada no bairro Atuba/Curitiba (acervo de Edson Vercesi), flagrante da recepção dada aos pilotos Euclides Bastos (à direita, com uma das mãos segurando um dos troféus ganhos e com a outra pousada no ombro do seu neto Edson) e Germano Schlögl (à esquerda, de camisa e calça escuras, mão na cintura), ao lado da carreteira Ford 1940, após regressarem de São Paulo onde obtiveram o quarto lugar na I Mil Milhas Brasileiras, em 1956. Na outra, a carreteira Ford 1937 no box, em plena Mil Milhas Brasileiras/Interlagos/São Paulo, no final da década de 1950.