Quem gosta de ferrugem é assim mesmo: está fazendo uma viagem, de repente vislumbra qualquer resquício de coisa velha, interrompe tudo, para imediatamente e dá marcha-ré, para ver de perto do que se trata.
Graças a isso é que um antigomobilista “descobre”, volta e meia, alguma coisa nova/velha ou velha/nova que lhe interessa, nas suas andanças por esse Brasil imenso.
No recente último dia de 2009, num passeio a procura de coisas velhas pelo interior do Paraná e de Santa Catarina, a bordo de um automóvel Ford 1953 e em companhia do antigomobilista Luir Dallago, eis que de repente senti o “cheiro” de ferrugem, dando a impressão que era de um carro velho.
Paramos o carro e já fomos descendo de máquina fotográfica (velha também) a tiracolo.
Ao nos ver no portão de entrada do terreno, uma moça simpática, que sabia quase tudo sobre os veículos que ali estavam veio nos atender.
O proprietário era o pai da moça – Fernando Marcos – que estava ausente. “A camioneta International 1952 – disse ela – meu pai encontrou no mato e para retirá-la dali e recupera-la, teve que cortar uma árvore que havia nascido dentro dela. O caminhão da mesma marca, com motor de GMC, é de 1948.”
Além desses veículos lá estão um Ford 1929 com motor original, um caminhão Ford F-600 1966, um automóvel Aero Willys 1962 e uma camioneta pick up Chevrolet 1962, entre outros badulaques. É isso aí: se fosse somente por isso, já teriam sido recompensadores os 509 quilômetros que fizemos com o Ford 1953 num dia! Feliz Ano Novo e muita ferrugem aos antigomobilistas.