Quem diria que a Rua XV de Novembro, bem no centro de Curitiba, já teve engarrafamento de carros, em plena década de 70. Sim, naquela época havia cerca de um automóvel para cada 10 habitantes. E quem diria que, 40 anos depois que virou calçadão, para circulação só de pedestres, a Rua XV teria automóveis circulando sobre ela novamente, em plena Boca Maldita! Foi o que aconteceu no último domingo.
O Ellas, um clube de mulheres apaixonadas por carros antigos, reuniu vários outros clubes de carros na Boca Maldita, para comemorar os 40 anos do calçamento da Rua XV, também conhecida como Rua das Flores. Diversos clubes apareceram (confira nas fotos). Foram carros muito antigos, outros nem tantos, veículos restaurados, customizados e outros originais mesmo, sem nenhum restauro, mas tinindo como novos. A atração movimentou o calçadão que, aos domingos, tem pouquíssimo trânsito de pedestres.
Glenys Bessler é presidente do clube Ellas. Ela contou que já tinha a ideia de organizar um encontro especial quando surgiu a notícia dos 40 anos do calçadão da XV. Ela uniu as duas coisas e organizou o encontro, para comemorar a data especial. A ideia, disse ela, com as devidas autorizações da prefeitura, é tentar realizar o encontro uma vez por mês.
Calçadão
A Rua XV foi fechada para obras em maio de 1972. O arquiteto Abrão Anis Assad foi convidado pela prefeitura, na época, para tocar o projeto, que ousadamente queria dizer que o homem era mais importante que o carro. Propositalmente, a rua foi fechada por volta das 18h de uma sexta-feira, após o fechamento do comércio local, para evitar maiores transtornos e ações judiciais dos comerciantes, que, inicialmente, eram contra as obras.
Em poucas semanas, o asfalto deu lugar ao petit-pavé e ganhou bancos, floreiras, cafés (quiosques), luminárias e outros artifícios que convidassem as pessoas a permanecer no local. Com isto, a obra começou a agradar os comerciantes, que pensaram inicialmente que perderiam a clientela com o bloqueio da circulação para carros.
A primeira etapa das obras fechou da Rua Marechal Floriano Peixoto até a Rua Monsenhor Celso. Com o passar das semanas, o projeto foi se estendendo até fechar o que os curitibanos conhecem hoje, o calçadão que vai das Praças Osório à Santos Andrade, além de adjacências, como a Praça Zacarias, a Tiradentes e a Generoso Marques.
Giselle Ulbrich |
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