Australiano é o primeiro julgado de Guantánamo

Um detido australiano, David Hicks, mantido por cinco anos na prisão americana na Baía de Guantánamo, Cuba, foi julgado culpado hoje de apoiar terrorismo, na primeira condenação em um julgamento de crimes de guerra dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial. Hicks, um convertido ao islamismo de 31 anos, pode ser sentenciado a até sete anos de prisão por um acordo que fez com a promotoria, que envolve também sua desistência a qualquer queixa legal por maus-tratos desde que foi capturado no Afeganistão e levado para a Baía de Guantánamo contra o governo dos EUA. Ele denunciava ter sido torturado por interrogadores americanos.

Se for sentenciado a sete anos, uma parte, não revelada, da pena será cumprida em regime aberto. Pelo acordo, Hicks retornará à Austrália em 60 dias depois do anúncio da sentença, que deve ocorrer em dias. Hicks declarou-se culpado de ajudar a Al-Qaeda durante a invasão americana do Afeganistão e confirmou ter vigiado a antiga embaixada dos EUA em Cabul. Ele poderia ter sido sentenciado à prisão perpétua. Ele também havia sido acusado de colaborar com atos terroristas, mas a acusação foi abandonada como parte do acordo.

Ele também aceitou entregar ao governo da Austrália tudo que puder vir a lucrar com a venda dos direitos sobre a história de sua vida, privando-o de uma possível fonte de renda. Hicks só poderá falar com a imprensa um ano depois do anúncio da sentença. Hicks é o primeiro detido de Guantánamo a ser formalmente acusado por um novo tribunal militar dos EUA. Promotores afirmam que pretendem acusar uns 80 dos 385 detidos na base por anos sem julgamento de suposta ligação com o Taleban e a Al-Qaeda.

O Pentágono estabeleceu os tribunais para julgar estrangeiros considerados "inimigos combatentes", afirmando a autoridade de mantê-los indefinidamente e julgá-los fora dos tribunais civis ou militares porque eles representariam uma ameaça terrorista aos EUA.

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