Rio – A aceleração nos preços dos combustíveis e lubrificantes no atacado, de dezembro para janeiro (de -2,59% para 2,57%) levou à taxa maior do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) em janeiro, que subiu 0,92%. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Salomão Quadros.
Segundo ele, cerca de 30% da taxa total do IGP-M em janeiro é originada da aceleração nos preços dos combustíveis. Esse setor está sendo pressionado por dois fatores: o problema de demanda maior do que a oferta no setor sucro-alcooleiro, que puxou para cima o preço do álcool combustível, e a movimentação de alta nos preços do petróleo no mercado internacional, elevando os preços de combustíveis, cuja movimentação depende quase que diretamente da cotação do petróleo no exterior.
Nesse cenário, houve elevações mais intensas nos preços de álcool etílico hidratado (de 4,5% para 7,2%); de dezembro para janeiro, e no da gasolina (de 0,23% para 1,39%) no mesmo período – esse último combustível leva 25% de álcool em sua formação. O economista comentou que, até o momento não estão sendo sentidos os efeitos do acordo entre usineiros e governo sobre o preço do álcool. "Esse acordo ocorreu em meados de janeiro; leva algum tempo (até surtir efeito)", disse
Os preços dos combustíveis influenciados pela cotação do petróleo também aceleraram, de dezembro para janeiro, como óleos combustíveis (de -7,92% para 8,38%) e querosene para motores (de -21,79% para 0,38%). Com esse comportamento dos preços dos combustíveis, a inflação no setor industrial do atacado disparou no período (de -0,45% para 0,79%), elevando o Índice de Preços por Atacado (IPA), de -0,27% para 1,10%.
"Foram os preços industriais que elevaram a inflação no atacado. Não podemos nos esquecer que eles pesam três vezes mais do que os preços dos produtos agrícolas, que também subiram (de 0,30% para 2,09%)", disse.