O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o reajuste das aposentadorias em 16,6%, aprovado ontem na Câmara como estratégia eleitoral da oposição. Em conversa com reitores de universidades federais nesta manhã, ele avaliou que o intuito dos adversários – que estariam de olho no pleito de outubro – é apenas desgastá-lo. "A aprovação do reajuste é um artifício da oposição que espera o veto para usar na eleição", afirmou Lula, segundo relatos de participantes do encontro.
Na conversa, de acordo com os reitores, o presidente reconheceu que aliados demonstraram interesse em agradar os redutos eleitorais. Lula disse que é preciso buscar o entendimento com o Congresso para evitar prejuízos à sociedade. "Às vezes, o Congresso toma decisões que não podem ser contempladas pelo Executivo", disse. "Há muitos desencontros, mas precisamos buscar o entendimento", completou. "Esse projeto não é tudo o que eu gostaria", disse, numa referência ao projeto de reforma universitária, que foi enviado ao Legislativo.
Apoio
Sem citar a candidatura à reeleição, Lula deixou claro que quer o apoio da comunidade acadêmica. O presidente ouviu os reitores atentamente por quase duas horas. Assegurou que manterá os investimentos no ensino superior, com a construção de novos campi e aumento do orçamento para as instituições. "Somos companheiros. Podem ter a certeza que vocês têm um companheiro aqui e contem sempre comigo para essa grande batalha da educação", disse Lula.
O presidente brincou com os reitores. "Vocês estão em vantagem com relação a mim, pois podem chegar à Presidência e eu não posso ser professor nem reitor", disse. Lula e o vice-presidente José Alencar, que também esteve nos encontros, ressaltaram que até pelo fato de não terem formação superior querem deixar o fortalecimento da universidade pública como "herança" para a sociedade.