O planeta Terra enfrentará catástrofes naturais sem precedentes "a curto prazo", como conseqüência do aumento do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera e o aquecimento global, alertou um grupo de cientistas britânicos.
"Estamos vivendo atualmente um aumento das tempestades marinhas e dos níveis dos oceanos sem precedentes", declarou o especialista David King, conselheiro do premiê Tony Blair em temas ambientais.
"O aquecimento global se incrementará não apenas em magnitude, mas em freqüência, e como conseqüência teremos catástrofes naturais devastadoras. É hora dos governos do mundo começarem a atuar sem demora", advertiu o cientista, durante conferência sobre o meio ambiente organizada pelo grupo ambientalista Greenpeace na Royal Academy of Arts de Londres.
Para o especialista, a causa não é apenas a maior quantidade de automóveis e aviões no mundo, mas, principalmente, instalações nucleares e fábricas de grandes dimensões que, com suas emanações, "provocarão desastres naturais sem precedentes a curto prazo".
King explicou que os níveis na atmosfera dos gases responsáveis pelo efeito estufa, como o dióxido de carbono, "estão aumentando consistentemente, devido principalmente à queima de combustíveis em um nível nunca antes visto".
As afirmações do cientista britânico foram dadas pouco após que o observatório de Hadley Centre, na Grã-Bretanha, indicou que os níveis de CO2 na atmosfera aumentaram nos dois últimos anos de forma "alarmante".
O especialista, junto ao diretor-executivo do Greenpeace, Stephen Tindale, pediu ao governo de Londres pressionar mais os Estados Unidos para que assinem o Tratado de Kyoto, que busca reduzir as emissões de CO2 em 5,2%, até chegar ao mesmo nível de 1990 em 2012.
"Kyoto não é o suficiente, apenas o começo de um processo. A partir daí, devemos pressionar países como Austrália e Estados Unidos para que reduzam ao mínimo as emissões de CO2", concluiu King.
