Brasília – Os auditores fiscais da Receita Federal entraram hoje (2) em greve por tempo indeterminado. A mobilização tem por objetivo pressionar o governo para que implemente uma tabela nova de salários para a categoria, em que o piso para auditor seria de R$ 16,34 mil. Atualmente, o salário mais baixo de um auditor fiscal – incluindo as gratificações – está na casa de R$ 7 mil.

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Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Carlos André Nogueira, a decisão de entrar em greve foi tomada porque o governo não teria demonstrado disposição alguma de negociar uma proposta de correção salarial. "Nunca a categoria ficou por tanto tempo em campanha salarial sem entrar em greve. Nós conversamos com integrantes de diferentes áreas do governo buscando alternativas de negociação, mas o governo não fez nenhuma proposta", afirmou Nogueira. "A intransigência do governo não deixou alternativa", completou.

O sindicalista afirmou que, por estar no início, a greve ainda não está com força total, mas tende a crescer. Ele destacou as adesões em pontos como o aeroporto de Viracopos, em Campinas, e os portos do Rio de Janeiro e Vitória, que tiveram adesão de 100% dos auditores. "Para o primeiro dia, o movimento já começou com força e visibilidade maiores do que se esperava", afirmou Nogueira. Ele admitiu que o movimento ainda está fraco, no entanto, na cidade de São Paulo.

A Receita Federal não se pronunciou sobre o início da greve. O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Armando Meziat, disse acreditar que a greve dificilmente afetará o resultado da balança comercial em maio. Apostando em um movimento de curta duração, Meziat avalia que os produtos que não forem registrados nas primeiras semanas do mês por conta da greve o serão nas semanas finais de maio. "Por isso, o resultado final do mês não será afetado".

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